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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Suspeito de assassinar Mércia, ex volta ao trabalho depois de prisão ser revogada

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Um dia após a Justiça revogar seu pedido de prisão temporária, o policial aposentado e advogado Mizael Bispo de Souza, principal suspeito pela morte da advogada e ex-namorada Mércia Nakashima, voltou ao trabalho na tarde desta quinta-feira (15). Por volta das 14h, ele chegou ao seu escritório de advocacia no bairro de Vila Nova Bonsucesso, em Guarulhos, na Grande São Paulo.


Aparentando tranquilidade, Mizael reafirmou ser inocente e questionou o trabalho da polícia.

- A polícia ouviu 40 pessoas, e a cada uma delas ficava mais distante de mim. Sempre estive tranquilo, o que a gente não tolera é abordagem truculenta da polícia. A polícia tomou rumo de calúnia e não de investigação. Ela tem que ser imparcial, e não parcial - disse ele.

Nesta quinta, ele pretende voltar a trabalhar.

- Vou dar andamento ao meu escritório. Tenho mais de 300 clientes. Talvez precise ir ao fórum, talvez vá hoje - disse Mizael.

Em relação ao período em que foi considerado foragido pela Justiça, ele afirmou que nunca saiu de Guarulhos.

- Sempre estive aqui, nunca saí da cidade. Sempre trabalhei. Nunca deixei de trabalhar - contou Mizael.

Sobre o fato de o promotor ter demonstrado preocupação com a possibilidade de ele fugir após a revogação da prisão, rebateu.

- Vou estar à disposição do juiz quando precisar. Jamais vou fugir. Vou encarar a Justiça. Não devo para ninguém.

Polícia não entrega inquérito e quer ouvir ex Para o advogado, os depoimentos dados até agora no caso foram falsos.

- As testemunhas estão mentindo. No final de tudo isso nós vamos tomar as medidas cabíveis - afirmou ele sobre a possibilidade de processar até mesmo o vigia Evandro Bezerra da Silva, preso por suspeita de participação no crime. O vigia afirmou à polícia que Mizael planejava a morte da advogada desde maio.

Segundo o advogado Ivon Ribeiro, que o defende, o decreto de prisão temporária não foi justo, por isso ele não se entregou.

- Não concordamos com o que gerou esse decreto. Um depoimento [do vigia, em Sergipe] na calada da madrugada, sem advogado. Mas se o decreto for justo, a prisão teria que ser executada, sem dúvida nenhuma - disse.

Ribeiro negou ainda que tenha havido quebra de confiança por Mizael ter permanecido foragido.

- Isso não é verdade. Porque ele (Mizael) compareceu em todos os atos que eram justos e legítimos, assim como vai comparecer novamente.

Mizael afirmou estar tão interessado quanto todos na localização dos responsáveis pela morte de Mércia.

- Meu coração está morto por esse lado, muito abatido - afirmou.

Falta de acesso

Com a prisão de seu cliente revogada, a defesa de Mizael reclamou da falta de acesso às investigações.

- A defesa não teve acesso aos inquéritos, nem para poder dar um retorno à imprensa - explicou Ivon Ribeiro.

O defensor afirmou que pretende ir ao Fórum de Guarulhos ainda nesta quinta para colocar seu cliente à disposição da Justiça novamente e informar que seus endereços não mudaram. Mizael ainda não sabe se irá acompanhar seu advogado.

Histórico

A polícia desistiu de apresentar à Justiça o inquérito fechado sobre o assassinato de Mércia Nakashima. Ele é considerado pelos investigadores o principal suspeito do assassinato e foi indiciado por homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar, e ocultação de cadáver.

O delegado Antônio de Olim havia dito que iria entregar nesta quinta o inquérito no Fórum de Guarulhos. Agora, ele diz que irá intimar Souza para depor novamente. Isso deve acontecer na semana que vem. Só aí a polícia irá concluir o inquérito e entregá-lo para a Justiça. O delegado também desistiu de fazer um pedido de prisão preventiva contra o suspeito.

A Justiça suspendeu na quarta-feira a prisão temporária de Mizael. O juiz Jayme Garcia dos Santos Júnior decidiu que não há provas suficientes para a prisão do suspeito, já que o inquérito policial não foi encerrado e não existe denúncia na Justiça contra o investigado. O juiz afirmou que nada de concreto existe indicando que a liberdade de Mizael coloca em risco a investigação.

Na decisão, o juiz não julgou se o ex-namorado é culpado, ou não, do crime. Quando examina o pedido de prisão, a Justiça vê os motivos para o cidadão ficar preso: se é um perigo para a sociedade ou se atrapalha a investigação, por exemplo. Agora, a polícia manda o inquérito para a Justiça, um promotor examina e decide se faz a denúncia. Um caso assim de assassinato pode terminar no Tribunal do Júri.

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