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domingo, 16 de maio de 2010

Polícia apura causas do incêndio que destruiu cobras no Instituto Butantan

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A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar as causas e eventuais responsabilidades do incêndio que destruiu no sábado (15) uma das maiores coleções de cobras do mundo que estavam no laboratório de répteis do Instituto Butantan, na Zona Oeste de São Paulo. A informação foi confirmada neste domingo (16) pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP.

Curto circuito ou sobrecarga elétrica são algumas das hipóteses para ter começado o fogo no laboratório e que serão trabalhadas pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico Científica, que interditou o local. O laboratório de répteis era aberto apenas para pesquisas feitas por alunos e estudantes. Segundo a assessoria de imprensa do Butantan, os museus do instituto serão reabertos para visitação na terça-feira (18).

Apesar de nenhum funcionário ter se ferido, as chamas consumiram grande parte dos mais de 500 mil exemplares mortos de serpentes, aranhas e escorpiões que eram conservados em vidros com álcool e formol. O instituto, que é ligado a Secretaria de Estado da Saúde, só irá iniciar o levantamento oficial dos prejuízos após o trabalho da perícia. O acervo iniciado há 120 anos, tinha 85 mil cobras de várias espécies, e 450 mil aracnídeos, entre aranhas e escorpiões. Haviam espécies ainda não descritas pela ciência. Outras extintas, raras.

Para cientistas, a perda do acervo científico é “incalculável”. “São cem anos de história. Não sei dizer mais nada. É um prejuízo incalculável”, lamentou no sábado Francisco Franco, curador da coleção.

- Significa a perda da memória, onde foram identificadas essas serpentes, o estudo da evolução dessas serpentes, espécies que nós precisamos continuar estudando, se elas estão em extinção ou não. Enfim, é todo um trabalho que as coleções zoológicas permitem que o cientista estude - declarou Otávio Mercadante, diretor do instituto.

Polícia Civil

Segundo a assessoria de imprensa do Butantan, o órgão irá aguardar as investigações da perícia técnica sobre as causas do incêndio. Em nota divulgada no sábado, o instituto afirmou que, "segundo informações preliminares prestadas pelos Bombeiros, não havia no prédio qualquer problema relacionado às instalações que possa ter originado o incêndio".

Inicialmente, o caso foi registrado no 51º Distrito Policial, na região do Butantã, mas poderá ser investigado por outra delegacia da região, segundo informou a assessoria da Secretaria da Segurança.

O prédio que abrigava o laboratório de répteis era dos anos 1970. O galpão tinha cerca de mil metros quadrados e passou por uma última reforma no começo de 2000. O prédio não teria sistema anti-incêndio e hidrante no local. Segundo os bombeiros que foram combater o incêndio, 75% do imóvel foi consumido pelo fogo. A temperatura chegou a 1.200º C. O incêndio começou às 7h30 e foi controlado às 8h30.

Durante a semana, o Instituto Butantan vai preparar um projeto de recuperação do laboratório de répteis. O órgão é um centro de pesquisas biomédicas localizado no bairro do Butantã. Foi fundado em 23 de janeiro de 1901 e é responsável pela produção de soros e vacinas. Conta com parque, museus, bibliotecas e serpentário.

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