Enquanto Cláudio Galvan, de 40 anos, deixou a dança para ser ator, Bruno Pereira, de 23, procurou o balé para atuar melhor. E os dois, que já sentiram na pele que o brasileiro é preconceituoso com homens bailarinos, agora têm a oportunidade de discutir o assunto na novela das seis, “Escrito nas estrelas”. Na trama, Calixto (Galvan) não aceita que o filho, Mauro (Bruno), queira estudar balé.
- Calixto se sente penalizado pela vida porque o filho faz balé. Tenho certeza de que falar sobre isso vai melhorar o olhar das pessoas, que vão perceber que é um absurdo ele sofrer por isso! - torce Galvan.
Bruno também acredita que a novela pode ajudar nesse sentido:
- Mauro é um personagem bem másculo e vai ficar um pouco revoltado com o pai, que não o apoia, e com pessoas que vão chamá-lo de gay na rua. Mas sua mãe, Danusa (Cristina Amadeo), fica do seu lado.
Namoradas bailarinas
Galvan estudou balé dos 15 aos 22 anos no Teatro Municipal, profissionalizou-se e foi do Corpo de Baile até os 24 anos. Ele, que nunca sofreu qualquer resistência da família, tirava proveito de ser um dos poucos homens entre as mulheres.
- Sinto muita saudade desses tempos. A dança é um dom que deve ser desenvolvido por seres humanos de sensibilidade, seja qual for a raça, o credo, a cor e independe completamente da opção sexual do indivíduo. Também sinto saudade das muitas namoradas bailarinas, já que devido ao preconceito, a concorrência sempre foi muito desleal! - diverte-se ele, que deixou de ser bailarino para seguir carreira como ator em musicais.
Já Bruno achava que, para se tornar um ator completo, era preciso saber dançar.
- Entrei no balé com 15 anos e fiquei por um ano e meio. Fiz também jazz e sapateado. Quando tinha 12 anos já tinha feito dança de salão e era ótimo porque eu era requisitado para dançar. Eu me dava bem com as meninas! E meu pai não tinha problema com isso porque dei meu primeiro beijo com 9 anos e com 13 já tinha uma namorada. Só os amigos que zoam. Quando falei que faria um bailarino na novela, eles logo acharam que era um homossexual. Não é todo bailarino que é afeminado, e danço de uma forma masculina - adianta Bruno, que foi convidado para o papel justamente por saber dançar.
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