MENU

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Miguel Chevalier criou um jardim que cresce e é polinizado conforme interação com o público

O vaivém desenfreado de uma multidão é a imagem padrão das estações do metrô da capital paulista. Entretanto, uma exposição promovida pelo Itaú Cultural, em parceria com a Companhia do Metropolitano de São Paulo, pretende despertar, a partir de sábado (17/4), a curiosidade dos usuários que passam por Brás, República, Tiradentes, Itaquera, Paraíso e Sé, fazendo com que eles interajam com a arte a caminho do trabalho ou na volta para casa. Os trabalhos fazem parte do acervo tecnológico da instituição sediada na Avenida Paulista e foram elaborados por artistas brasileiros e estrangeiros.

Na estação do Brás, é possível sentir a vertigem do movimento de descida de uma escada virtual por meio do projeto Descendo a Escada (2002), de Regina Silveira com a colaboração do Itaulab. A sensação nasce da projeção da imagem de degraus na angulação formada pelo chão e duas telas verticais. Para os que querem evitar enjoos, a dica é ir até a estação República onde fica hospedada a OP_ERA: Sonic Dimension (2005), idealizada por Daniela Kutchat e Rejane Cantoni. Trata-se de um instrumento musical virtual em formato de um cubo preto aberto, o qual é preenchido por centenas de linhas luminosas. De acordo com a posição do observador e da interação que ele tem dentro da caixa, é possível modificar a vibração das frequências de luz e som produzida pela tensão específica em cada corda.

Na Tiradentes, a Reflexão #3 (2005) é parte de uma série de criações da artista multimídia Raquel Kogan, na qual se aciona um teclado que regula a rapidez dos movimentos de uma cachoeira formada por algarismos. A imagem é projetada em uma área escura e refletida por um espelho d’água no chão. Assim, os números se movem de uma superfície a outra, sem repetição das seqüencias. Já na estação Itaquera, Camille Utterback, americana e uma das pioneiras das instalações interativas, e Romy Achituv, israelense radicado nos EUA, apresentam a obra Text Rain (1999) que faz uma chuva de letras coloridas se alinhar aos movimentos corporais dos espectadores por meio da projeção. Assim, a pessoa pode acumular letras – com seu braço estendido, por exemplo – e formar palavras e até mesmo frases.

A natureza é o mote das obras de uma dupla francesa e de um mexicano radicado na França. Edmond Couchot e Michel Brent levam ao Paraíso Les Pissenlits (2006), um jardim de dentes-de-leão – aquela flor branca que toda criança, e até mesmo adultos, adoram soprar. A trajetória das sementes é determinada pela força e pelo tempo que o espectador expele o ar em direção à planta. Já Miguel Chevalier expõe Ultra-Nature (2008), que já esteve na estação Paraíso durante a Bienal Internacional de Arte e Tecnologia Emoção Art.Ficial 4.0, na sempre movimentada Sé. Neste jardim haverá seis espécies de flores digitais coloridas com características genéticas distintas, as quais serão polinizadas e terão seu crescimento influenciado por meio de sensores voltados à interação do público. Seja qual for a instalação visitada, os usuários do metrô poderão ter uma experiência diferente, interagindo com projetos pouco usuais e tendo a chance de escapar, nem que seja por alguns instantes, da correria diária.


A projeção de uma escada no ângulo formado pelo chão e duas telas causa sensação de vertigem ao espectador da obra de Regina Silveira

 

ACERVO DE ARTE CIBERNÉTICA DO ITAÚ CULTURAL NO METRÔ DE SÃO PAULO.
Estações de metrô Brás, Itaquera, Paraíso, República, Sé e Tiradentes.
Todos os dias, das 9h às 20h. Até 23/5. Grátis

Exposição no metrô de São Paulo


Dessa vez a cantora com um grande sucesso:

Le cose che vivi _ Laura Pausini

Mais Laura Pausini


Video do YouTube com a italiana Laura Pausini fazendo dueto com Gilberto Gil. Linda música. Assistam.

Laura Pausini e Gilberto Gil

O rapaz é socorrido por bombeiros

Nesta sexta-feira, 16 de abril, um ativista basco acabou caindo do Arco do Triunfo, em Paris, ao pendurar uma faixa que buscava informações sobre a morte, por supostos problemas de saúde, de um ativista do ETA em abril do ano passado. O rapaz se feriu e teve de ser socorrido.


A faixa com os dizeres 'o que vocês fizeram a Jon Anza?'

Arco do Triunfo: Ativista cai


As vítimas do assassino e do sistema de justiça do Brasil

O juiz Luiz Carlos de Miranda, que autorizou que Adimar Jesus da Silva - o maníaco de Luziânia (GO) - deixasse a cadeia, disse nesta sexta-feira (16), em Brasília, que os laudos psicológico e psiquiátrico não apontaram que ele tinha doença mental ou precisaria de acompanhamento psicológico.

- A avaliação psiquiátrica verificou que o apenado não demonstrava possuir doença mental nem precisava receber tratamento com medicamento. Já o laudo psicológico atestou que Adimar tinha bom comportamento dentro do sistema prisional e que ele sempre se apresentava com polidez e coerência, assumiu a prática do crime anterior e entendeu a gravidade do que cometeu.

Antes dos exames psicológico e psiquiátrico, realizados em 2009, Adimar fez um exame criminológico em 2008 que teria apontado indícios de psicopatia. Miranda foi questionado porque não pediu outros exames, já que os resultados dos exames criminológico, psicológico e psiquiátrico eram conflitantes.

- São exames diferentes e feitos em momentos diferentes, por isso não podem ser comparados. O laudo criminológico não pode apontar psicopatia porque não é feito para isso. Este exame simplesmente pede o laudo psicológico e psiquiátrico. Todos os trâmites do processo foram cumpridos e a lei foi executada. Infelizmente, só se conhece um psicopata depois que ele comete uma tragédia como esta.

Miranda disse ainda que sempre há o risco “de a pessoa cometer outro crime no futuro, em qualquer caso”.

- Infelizmente, quando esses meninos começaram a sumir todos nós sofremos, quem está fora do tribunal e quem está dentro também.

O juiz substituto e os seus colegas do tribunal defenderam a decisão de conceder a progressão de regime a Adimar. Ele ainda disse que fez “cumprir a lei” ao permitir a saída do maníaco da prisão.

Apesar disso, o magistrado afirma que se emociona com o caso e que, quando Adimar confessou os crimes, quis saber quem tinha assinado a decisão da progressão da pena.

- Eu fui procurar saber quem havia assinado a decisão. Infelizmente, tinha sido eu. Eu sigo e segui os princípios da legislação. Ela é falha? Sim, é falha.

O pedreiro Adimar Jesus da Silva confessou ter matado e estuprado seis jovens em Luziânia depois de passar a gozar de regime aberto em dezembro do ano passado. Ele cometeu os crimes entre dezembro e janeiro.

Miranda é juiz substituto da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e, ao lado de outro juiz, decide o destino de 8,5 mil presos no sistema carcerário do Distrito Federal (DF). Todos eles são atendidos por nove psicólogos e dois psiquiatras.


O monstro que sente prazer em matar

Luziânia: Juiz que soltou o monstro se defende



Fotos do caos aéreo que castiga a Europa e já atinge outros países

A enorme nuvem de cinzas do vulcão islandês, que fica sob a geleira Eyjafjallajokull, se espalhou ainda mais sobre a Europa nesta sexta-feira (16). Segundo o boletim divulgado às 11h30 pela Eurocontrol (Agência Europeia para a Segurança na Navegação Aérea), ao todo 13 países em todo o continente tiveram que restringir o espaço aéreo por conta da fumaça. Reino Unido, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Estônia estão com todos os aeroportos completamente fechados. Já a França, Alemanha, Irlanda, Polônia, Suécia e República Tcheca estão com fechamentos parciais. Somente hoje, 17 mil voos foram cancelados.

No Brasil, a British Airways, principal companhia aérea que realiza viagens para o Reino Unido, informou que nove voos foram cancelados: 246 de Buenos Aires para Guarulhos (SP) às 12h15; 246 de Guarulhos (SP) para Londres às 16h15; 246 de Buenos Aires para Guarulhos (SP) às 14h50, 247 de Guarulhos (SP) para Buenos Aires às 07h05; 247 de Londres para Guarulhos (SP) às 21h50; 247 de Londres para Guarulhos (SP) às 05h15; 247 de Guarulhos (SP) para Buenos Aires às 09h50,;248 do Galeão (RJ) para Londres às 14h15. Outro voo de número 247, marcado para sábado (17), que sairia de Buenos Aires para Guarulhos (SP) às 07h05, também foi cancelado.

A British divulgou um comunicado que diz para os passageiros não irem aos aeroportos do país antes de checar o status dos voos, que pode ser feito por meio do site da empresa. A companhia disse também que todos os passageiros afetados poderão alterar a data do voo sem multa, desde que seja na mesma classe.

Segundo a assessoria da companhia aérea TAM, o voo JJ 8070, que partiu de Guarulhos (SP) às 22h24 de ontem com destino a Frankfurt, com 356 passageiros e 19 tripulantes a bordo, teve de ser alternado para Milão, na Itália devido ao fechamento do aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. A companhia informa que providenciou alimentação e hotel para os passageiros, que serão reacomodados nas opções de voos disponíveis após a reabertura do aeroporto.

Nesta sexta-feira os voos JJ8084 e JJ8070, que sairíam de Guarulhos (SP) para Londres e Frankfurt, respectivamente, foram cancelados. Os passageiros afetados devem remarcar a data da viagem. Segundo a empresa, todo o procedimento de remarcação será isento de taxa ou de diferença tarifária.

A Air France e a KLM, companhias aéreas francesa e holandesa, respectivamente, também cancelaram voos que tinham o Brasil como destino ou partida. Segundo a assessoria das duas empresas, os voos 459 e 445 da Air France que saíriam de Guarulhos (SP) e do Galeão (RJ) às 19h15 e 19h05 de hoje, respectivamente, com destino a Paris foram cancelados. O voo 792 da KLM de Guarulhos (SP) para Amsterdam às 19h05 também foi cancelado.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que as companhias aéreas afetadas pelo fechamento dos aeroportos da Europa devem prover alimentação, hospedagem e remarcação dos bilhetes para todos os passageiros afetados depois de 4h de espera nos aeroportos. Caso os passageiros sejam avisados dos cancelamentos ou atrasos com antecedência, antes das pessoas saírem de casa para o aeroporto, esse apoio não é obrigatório.

De acordo com o último boletim da Eurocontrol, a previsão é que a nuvem de cinzas vulcânicas continue a se mover para o leste e o sudeste, e espera-se que os fechamentos dos aeroportos permaneçam até pelo menos as próximas 24 horas.

A erupção na geleira Eyjafjallajokull, na Islândia, lançou na atmosfera uma coluna de cinzas com até 6 quilômetros de altura e, após 40 horas de atividade, o vulcão não dá sinais de adormecer. Ele fica sob a quinta maior geleira islandesa e já teve cinco erupções desde que se assentou no subterrâneo, no século 9. Dona de uma cratera vulcânica de 2,5 quilômetros de diâmetro, a geleira é coberta de gelo. Fissuras permitem que haja fluxos de lava nos flancos leste e oeste desse chamado estratovulcão, que é formado por camadas alternadas de cinzas, lava e pedras ejetadas por erupções anteriores.

Quando o vulcão entrou em erupção, no final de março, ele abriu uma fissura de 500 metros, produzindo fontes de lava ao longo da rachadura. A nuvem de cinza foi formada por meio de um processo chamado de fragmentação, que ocorre em vários estágios. Primeiro, o magma que viaja sob pressão em dutos subterrâneos é estilhaçado pela expansão dos gases. Como a pressão perto da superfície é menor, o magma se transforma numa fina cinza vulcânica, a qual se fragmenta em partículas ainda menores ao entrar em contato com o gelo glacial na superfície da cratera. A poeira fina se funde com o vapor que sobe da cratera, formando uma coluna escura que se ergue aos céus.

- É como uma garrafa de refrigerante quando você tira a tampa - disse o vulcanólogo islandês Armann Hoskuldsson, descrevendo o que acontece com o magma ao viajar para a superfície.

- Ao mesmo tempo, há pouco vento na Europa para dispersar a coluna - afirmou Freystein Sigmundsson, pesquisador do Instituto de Ciências da Terra, da Universidade da Islândia, em Reykjavík.

Europa: Caos aéreo continua

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reabriu os prazos para depósito de garantia dos interessados em participar do leilão de hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). No final da manhã o leilão havia sido suspenso pela agência reguladora em razão de liminar concedida pela Justiça a favor do Ministério Público, que é contra a construção da usina. O leilão continua marcado para terça-feira. O prazo para que os interessados depositem garantia termina hoje.

A agência reabriu os prazos e está dando andamento normal aos procedimentos do leilão porque o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região cassou a liminar que havia sido concedida a favor do Ministério Público. A decisão foi tomada pelo presidente do tribunal, juiz Jirair Meguerian.

O prazo para a inscrição dos consórcios e depósito das garantias financeiras no valor de R$ 190 milhões (1% do investimento total do projeto, orçado em R$ 19 bilhões) vai até às 18h de hoje junto à Aneel. O BNDES já divulgou as condições de financiamento.

A agência havia suspendido o leilão nesta manhã justificando que obedecia a ordem da Justiça. A liminar havia sido concedida pelo juiz federal Antonio Carlos Almeida Campelo, da Subseção de Altamira (PA), na noite de quarta-feira. Existem, porém, outros pedidos de liminar requerendo a suspensão da licença ambiental prévia e a licitação do projeto que podem ser analisados ainda hoje.

Ontem, a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com recurso para cassar a liminar concedida pela Justiça Federal do Pará suspendendo o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte.

A Justiça Federal em Altamira (PA) aceitou liminarmente um pedido do Ministério Público Federal e suspendeu o leilão e a licença prévia da hidrelétrica de Belo Monte na última quarta-feira. A decisão levou em conta apenas uma das duas ações propostas pelo MPF para barrar a obra, principal aposta do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e calculada em R$ 19 bilhões.

Segundo a Justiça, de forma "inequívoca" a obra afetará diretamente terras indígenas. Por isso, desrespeita o artigo 176 da Constituição Federal, que exige a criação de lei específica nesses casos.

Também na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a construção da usina dizendo que "ninguém tem mais interesse em defender a Amazônia e os índios do que o próprio Brasil".

- Nós ficamos 20 anos proibidos de fazer até os estudos de viabilidade para Belo Monte, e agora estão aparecendo ONGs do mundo inteiro para protestar contra a hidrelétrica. Não precisam vir aqui dar palpite. Fizemos revisões do projeto e o lago vai ser um terço do se havia pensado no início - afirmou.

Entre as queixas, moradores e associações afirmam que vilas serão alagadas pela hidrelétricas.

Na última segunda-feira, até o diretor James Cameron (do filme "Avatar") deu opinião sobre a construção da usina. No Brasil para lançar o filme produzido em 2009, Cameron disse que o governo brasileiro deveria buscar alternativas à construção e que ouviu lideranças a respeito do assunto.

Acompanhado da atriz Sigourney Weaver, que compõe o elenco de "Avatar" e viaja para divulgar o longa, Cameron participou em Brasília de uma manifestação organizadas por representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e de organizações indígenas.

Na noite de domingo, Cameron se reuniu com a candidata à Presidência Marina Silva (PV) e disse que gostou muito do discurso da senadora. Marina afirmou a ele que o processo para a construção da usina não incluiu todos os envolvidos.

Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, com 11,2 mil megawatts de potência instalada, com garantia física de 4.571 megawatts médios. O projeto enfrentou por décadas resistência de populações indígenas e de ambientalistas, que condenam o empreendimento. A previsão é que a usina entre em operação em 2015 (1ª fase) e 2019 (2ª fase).

Belo Monte: Leilão mantido para dia 20/04

O cyberbullying é um tipo de bullying melhorado. É a prática realizada através da internet que busca humilhar e ridicularizar os alunos, pessoas desconhecidas e também professores perante a sociedade virtual. Apesar de ser praticado de forma virtual, o cyberbullying tem preocupado pais e professores, pois através da internet os insultos se multiplicam rapidamente e ainda contribuem para contaminar outras pessoas que conhecem a vítima.


Os meios virtuais utilizados para disseminar difamações e calúnias são as comunidades, e-mails, torpedos, blogs e fotologs. Além de discriminar as pessoas, os autores são incapazes de se identificar, pois não são responsáveis o bastante para assumirem aquilo que fazem. É importante dizer que mesmo anônimos, os responsáveis pela calúnia sempre são descobertos.

Infelizmente os meios tecnológicos que, a priori, seriam para melhorar e facilitar a vida das pessoas em todas as áreas estão sendo utilizados para menosprezar e insultar outras pessoas. Não existe um tipo de pessoa específica para ser motivo de insultos, sendo que a invasão do e-mail ou a exposição de uma foto já é o bastante. Em relação a colegas de escola e professores, as difamações são intencionadas e visam mexer com o psicológico da pessoa, deixando-a abatida e desmoralizada perante os demais.

As pessoas que praticam o cyberbullying são normalmente adolescentes sem limites, insensíveis, insensatos, inconseqüentes e empáticos. Apesar de gostarem da sensação que é causada ao destruir outra pessoa, os praticantes podem ser processados por calúnia e difamação, sendo obrigados a disponibilizar uma considerável indenização.

Pedrinho Guareschi é professor titular da PUC-RS e membro do Conselho Consultivo do Projeto Criança e Consumo, além de ser consultor do Secretariado Internacional de Justiça e Paz, da Caritas Internationalis. Pós-doutor em Psicologia Social pela Universidade de Cambridge (Inglaterra), defende uma educação mais libertadora, baseada no diálogo e na interação entre os diversos saberes de cada ser humano. Acredita que a verticalização da educação é, por si, uma violência contra crianças e adolescentes.

Segundo ele, a prática pedagógica brasileira ainda reflete autoritarismo, configurando o que chama de bullying pedagógico.

- A escola reproduz as relações de um sistema social vertical, que não condiz com a democracia. - afirma

A seguir, uma entrevista com o professor Pedrinho Guareschi.

O senhor publicou o livro “Bullying, mais sério do que se imagina”, em parceria com Michele Reis da Silva. Esse é um fenômeno recente?

Eu penso que sempre existiram relações de autoritarismo e de determinada violência entre os seres humanos. Ultimamente, começou a se prestar mais atenção a isso na escola; o projeto pedagógico passou a perceber e tentar evitar isso no ambiente escolar. Foi desse processo que nasceu a palavra bullying, que seria a demonstração de força e pressão, violência. Essas relações de violência são muito mais sutis e profundas do que a simples relação com a agressão física, pois existe também a relação verbal de violência, na qual pessoas começam a rotular outras pessoas com apelidos. E ainda existe uma relação violenta que consiste na maneira como se ensina, que é o bullying didático ou pedagógico.

Nas teorias de educação, pode-se dizer que existem duas grandes matrizes pedagógicas. Uma delas chamamos de comportamentalista, baseada principalmente nos psicólogos do início do século XX. Eles dizem o seguinte: passamos o conhecimento de um para o outro, daquele que sabe para aqueles que não sabem. O que implica essa matriz? Implica sempre uma posição vertical. Uma pesquisa feita aqui em Porto Alegre mostrou que as crianças apontavam aquele que sabia como aquele que era bom, bonito, rico. E aquele que não sabia como mau, feio e ruim. Então, a criança vai colocando o mundo na posição vertical – em cima os bons e ricos, embaixo os que não são.

Isso mostrou que, na verdade, podemos aprender de outra maneira. O ser humano tem a sua consciência, o seu saber. Sempre que uma criança nasce, ela começa a interagir com os outros e com objetos, e assim vai montando o mundo. Isso é saber, é experiência; a criança já chega ao mundo aprendendo, e aprendizagem não é apenas constatar um conhecimento, mas é tentar conhecer qual é o saber da pessoa ao meu lado. E aí sim problematizar para que a pessoa comece a agir e se tornar sujeita da sua aprendizagem. Isso é Paulo Freire [educador brasileiro que é uma das principais referências da pedagogia].

A primeira teoria, que eu chamo de vertical, implica numa relação de autoritarismo. A criança introjeta essa lógica impositiva e sofre, de início, com essa relação de força que é o bullying pedagógico. Esse processo é muito sutil por parte do ensino, mas depois reflete em como muitas pessoas se relacionam com a violência e assumem uma postura autoritária. De uma maneira ou outra, mostram que elas acreditam ter conhecimento melhores ou maneiras de viver melhor. No livro “Bullying, mais sério do que se imagina”, eu discuto exatamente essa questão, pois a maioria das pessoas trata o bullying na relação entre crianças e jovens e como elas vão se rotulando, mas a coisa é muito mais séria. Está dentro da nossa sociedade, na própria família, que usa práticas pedagógicas verticais autoritárias.

E não há essa percepção na escola atual?
Não há essa percepção porque os professores e educadores também estão nesse contexto e percebem o mundo de maneira autoritária. Isso está enraizado na nossa sociedade. Mas, na realidade, ninguém sabe dizer que um sabe mais e o outro sabe menos. Paulo Freire tem uma frase poderosíssima que é o fundamento ético mais importante da escola: “Não há saber melhor ou pior, há saberes diferentes”. Esse é um princípio cientificamente comprovado. A Editora Vozes acabou de publicar o livro de Sandra Jovchelovitch, “Os Contextos do Saber”, no qual ela analisa lindamente o saber e mostra que implica paixão, emoção, que o saber impacta a história de vida das pessoas. Essa nova pedagogia é libertadora, pois mostra que não se pode falar em um saber melhor ou pior.

O bullying pedagógico também é sintoma de algo maior, de como se estabelece as relações econômicas e sociais, não?
A sociedade capitalista criou-se dentro de uma estrutura onde há os que têm e os que não têm. Então, os que têm passaram a ser os bons, aqueles que sabem, e a escola reproduz as relações de um sistema social vertical, que não condiz com a democracia. A democracia implica que todos tenham voz, direito de falar, expressão, opinião… Mas veja a mídia brasileira. Na Inglaterra, uma notícia contempla várias opiniões e mostra todo o contexto de determinado assunto para o que espectador/leitor forme uma opinião. Na nossa mídia não. A notícia é muito mais curta e os locutores falam como se fossem donos da verdade e do conhecimento. Aí se revela uma prática totalmente autoritária, que reproduz essas relações verticais. Então, em tudo parece haver aquele que sabe e aquele que não sabe: o padre sabe, o fiel não sabe; o professor sabe, o aluno não sabe; o pai sabe ,o filho não sabe. E o bullying pedagógico está dentro desse grande contexto. Penso que a escola deveria ser um laboratório, um espaço para práticas igualitárias.

Nesse sentido, percebemos a grande importância de Paulo Freire. Dos diversos livros escritos por ele, alguns trazem no título a palavra “pedagogia” – “Pedagogia da Pergunta”, “Pedagogia da Indignação”, “Pedagogia do Oprimido”. O que ele queria dizer com isso? O conteúdo mais importante na escola não é o que é dito, é como se diz; é a pedagogia.

Já existem muitos estudos e muitos teóricos que vêm alertando para a necessidade de uma educação mais libertadora há décadas. Por que continua do mesmo jeito?
A gente vai crescendo e vai questionando. E só agora estamos, de fato, percebendo as conseqüências dessa educação autoritária. Transformar essa realidade é necessário e é trabalho das pessoas que querem realmente uma igualdade, um respeito. Isso é uma conquista lenta, gradual, até porque muita gente chega a certa idade e não abre mão dessa autoridade. Uma mudança de postura, de compreensão de mundo, será impossível se não entendermos a importância do meio ambiente, da cultura, do diálogo.

E com relação aos casos cada vez mais crescentes de bullying eletrônico, em que muitas vezes há uma situação de troca de agressões e em outras não necessariamente, mas que também se configuram como uma violência velada? Esse foi o caso de dois episódios recentes em que meninos e meninas de 12 ou 13 anos se filmaram no banheiro da escola fazendo sexo.

Hoje, todos nós temos mais de um endereço: o endereço geográfico e o eletrônico. As pessoas, ao invés de irem para a casa uns dos outros, se comunicam por e-mail. O maior índice de suicídio entre jovens é devido ao bullying eletrônico. Um grupo começa a seguir determinada pessoa, a mandar mensagens agressivas – que têm um impacto como se fosse uma violência física – , inclusive sugerindo que ela se mate. Infelizmente, essa violência se reproduz de forma muito rápida.

Muita gente não faz ideia de quão séria é essa questão. Meninas e meninas têm essa preocupação de se resguardar para não serem filmados, porque o vídeo se espalha e todo mundo fica sabendo. E ao mesmo tempo, as empresas de internet, como o Google, simplesmente dizem que não são responsáveis pelo conteúdo.

Nesse sentido, qual é a opinião do senhor com relação à postura das empresas?
Essa questão precisa ser regulamentada. O problema no Brasil é que tudo que não está regulamentado não vale – a ética confunde-se com a lei. É ético o que está na legislação, o que não está pode ser feito. Só que a ética está nas ações humanas. Não deveríamos precisar esperar um código penal para punir determinadas coisas.

Muitos especialistas afirmam que um dos grandes desafios a serem superados é o distanciamento entre educadores, empresas, legisladores e todos que trabalham com a proteção da criança e o que, de fato, é a criança. O senhor concorda?
Concordo. Mas onde está o erro? Para mim, o erro está em insistir nesse pressuposto de que a criança não sabe. Ela é julgada dentro dos parâmetros do adulto. Paulo Freire, genial, diz que o ato educativo, é um ato Pascal. O que é isso? Páscoa é um processo de passar do negativo para o positivo; é passagem, que no Cristianismo é passar da morte para a vida. Então o que é o ato pascal educativo? O educador coloca o seu saber para “morrer” no seu referencial teórico evidencial – o que é extremamente difícil – para entrar em contato com a criança e ver qual é o referencial, qual o esquema mental, cognitivo, dela. Assim, é possível estabelecer um diálogo para entender qual é o mundo da criança. Isso exige humildade, tempo, coragem. Eu tenho quarenta anos de escola e acho que o mais difícil é escutar.

As crianças que têm uma referência de ensino extremamente vertical e autoritário, que adultos serão no futuro?
A gente percebe ou supõe que elas vão repetir o esquema que elas aprenderam. E isso se reflete em todas as relações que vão estabelecer no futuro.



Assim sendo, nos últimos tempos temo-nos deparado com o despertar mediático de um fenómeno relativamente pouco conhecido entre nós, concretamente o cyberbullying. No entanto, nos Estado Unidos da América (EUA) e Reino Unido (UK) este fenómeno é bastante conhecido e já alvo de estudos, assim como de campanhas de prevenção e combate ao mesmo (Wikipédia, 2007).


Este termo, cyberbullying, tal como o termo que lhe deu origem (bullying) foram adoptados pelas outras línguas, como é o caso do português. Este facto deve-se ao extenso significado que a terminologia original apresenta. Assim sendo, neste trabalho optamos pelo uso da expressão original: cyberbullying.

O cyberbullying, conceito que se crê ter sido utilizado pela primeira vez por Bill Belsey, professor em Cochrane, Alberta (Shariff, 2007), assume-se como uma variante do tradicional bullying. O bullying, como já foi referido anteriormente, é um tipo de violência que se caracteriza por ser intencional, continua e de carácter físico, verbal e /ou psicológico sobre um ou mais indivíduos. Por sua vez, o cyberbullying vem sendo definido pelo recurso às tecnlogias da comunicação e informação para denegrir, humilhar e/ou difamar uma ou mais pessoas.

Cyberbullying


O jovem Henrique luta pela vida desde 21 de dezembro passado

Há quase quatro meses internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo, o designer Henrique Carvalho Pereira completa nesta sexta-feira (16) 22 anos respondendo cada vez mais aos estímulos da família. Segundo sua tia, a secretária Claudia Carvalho Aguiar, o jovem responde a algumas perguntas dos pais piscando os olhos e já beijou a mão da mãe, sua maior companheira.

- Ele ainda está sedado, não acordou, mas melhorou bastante - contou Claudia.

 O jovem sofreu lesões cerebrais após ser agredido com um taco de beisebol dentro de uma unidade da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, no dia 21 de dezembro. O agressor está preso.

Quando a mãe chega e conversa com ele, pede beijo, passa a mão na cabeça dele, ele faz bico e beija a mão dela. Ele também teve uma reação como se estivesse sentido cócegas quando ela passou a mão no pé dele. Ele está tendo reações positivas. Ele está com os olhos abertos, mas com a pupila dilatada, portanto ele não enxerga. - disse a tia do rapaz.

Antes da melhora, o designer passou por alguns momentos difíceis nos últimos dois meses. Um osso do crânio que havia sido colocado em seu abdômen – procedimento normal em casos de lesões na cabeça – infeccionou e precisou ser retirado em uma cirurgia. Além disso, ele ainda apresenta febre em alguns dias, o que fez com que os médicos optassem pela colocação de um dreno externo na cabeça para a retirada de líquidos acumulados.

- Ele estava com a cabeça muito inchada, mas agora está normal. Passou por uma meningite pós-traumática, que, segundo os médicos, é comum nesses casos, mas já sarou - contou a secretária.

A melhoria da saúde do jovem se deve, em parte, ao maior convívio com a família. A mãe de Henrique, irmã de Claudia, conseguiu uma autorização do Hospital das Clínicas para ficar com o filho de quarta a domingo entre 9h30 e 12h – além do horário de visita, das 16h às 17h.

- Eu acredito que tudo isso se deve a esse período maior que a Silvana tem com ele- disse Claudia sobre a atitude da irmã. -  O estímulo está sendo excelente.

Segundo a secretária, o jovem respondeu piscando duas vezes, o que quer dizer “não”, quando a família perguntou se poderia mexer no computador dele. Depois, questionado se sua cachorra de estimação poderia continuar dormindo em sua cama, piscou apenas uma vez - o que quer dizer “sim”.

Os pequenos avanços impulsionam a positividade da família, sempre esperançosa. Os médicos já diminuíram os remédios dados ao jovem, que agora tem menos espasmos e de menor intensidade.

- Quando retirar a medicação, ele pode acordar a qualquer momento.

A família ainda não sabe como vai comemorar o aniversário – internado na UTI, o jovem inspira cuidados, e não são permitidas manifestações exaltadas ou muitas pessoas ao seu lado. Mas Claudia já planeja seguir com as outras tias de Henrique até o hospital.

- Vamos pelo menos ficar no saguão para receber minha irmã quando ela sair - contou ela, que segue com a esperança de toda a família. - O irmão dele, fala assim: ‘Mãe, ele vai acordar amanhã’.

A obra que o rapaz fez para a Cow Parade

Jovem agredido em livraria apresenta melhora


Uma mulher na Grã-Bretanha deverá se submeter a um parto induzido três semanas antes do previsto para atender a um pedido do filho de oito anos que tem câncer.

Pierce White-Carter tem um neuroblastoma, um tipo agressivo de câncer que afeta, principalmente, as células do sistema nervoso periférico. Um tratamento de quimioterapia fracassou e os médicos acreditam que ele tenha poucas semanas de vida.

No topo da lista de coisas que o menino quer fazer antes de morrer está segurar o novo irmão ou irmã nos braços.

O parto induzido da mãe de Pierce, Rebecca White, de 27 anos, está programado para ocorrer dentro de duas semanas.

Os pais de Pierce decidiram suspender a quimioterapia depois de informados de que o tratamento não estava surtindo efeito.

- "Nós decidimos que é melhor que ele morra com um pouco de dignidade" - disse White à BBC. - "Nós conversamos com ele sobre isso e ele disse que aguentou o suficiente, que não quer mais. Está cansado."

Para a mãe, Pierce não é apenas um filho, mas seu "melhor amigo".

- "Eu e ele fazíamos tudo juntos. É duro saber que não vamos poder fazer isso por muito tempo."

White disse que os médicos concordaram com o parto prematuro e receitaram esteroides para garantir que os pulmões do bebê - o quinto filho do casal - estejam formados.

Pierce, recentemente, riscou um dos itens de sua lista do que fazer antes de morrer ao atuar como mascote de seu time favorito de rugby, Huddersfield Giants.

Amor de mãe

Johnny Depp é mestre em mudar de aparência nos filmes que faz. É inegável seu talento como ator para personificar os mais variados tipos, desde personagens que peçam uma interpretação mais intimista até atuações em papéis bizarros. O ator já teve a grande chance de trabalhar com grandes diretores como Terry Gilliam, Tim Burton, Micheal Man e Emir Kusturica. Descubra a seguir, todos os papéis que marcaram sua carreira.

Vamos conferir agora alguns dos personagens mais marcantes do ator.

1990    Filme que marca o início da parceria entre Johnny Depp e Tim Burton. Descoberto após a série de TV 'Anjos da Lei', Depp tornou-se após este filme o ator preferido de Tim Burton.

2007  Em 'Piratas do Caribe, o ator é Jack Sparrow.


2009   'Inimigos Públicos' conta a história de um dos criminosos mais procurados dos Estados Unidos. Nos anos 30 ele foi considerado o inimigo público número 1 do país.


2005  Na refilmagem de 'A Fantástica Fábrica de Chocolate', o ator pôde exprimir toda a sua loucura através do personagem Willy Wonka, dono de uma fábrica de chocolate.


2007  'Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet', filme onde Depp cantou pela primeira vez


2009  Após a morte inesperada do ator Heath Ledger, Deppp desejou participar da finalização do filme. O diretor Terry Gilliam propôs a Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel, de interpretar o papel de Heath Ledger nas cenas que faltavam.



1997  Em 'Donnie Brasco', Johnny Depp interpretou Joseph Pistone, um agente do FBI infiltrado em uma das principais famílias da máfia.


1998  Seu papel no filme 'Medo e Delírio' marcará para sempre a sua carreira na viagem alucinógena dirigida por Terry Gilliam.



2001  No filme 'Do Inferno', Johnny Depp interpreta o detetive Fred Abberline, que está à procura de Jack, o Estripador. Para este papel, Johnny aprendeu rapidamente o sotaque britânico.



2010  Na adaptação de Tim Burton para o clássico infantil 'Alice no País das Maravilhas', Johnny Depp interpreta o Chapeleiro Louco. Este é o seu primeiro filme em 3D e uma experiência que certamente ficará marcada.

Johnny Depp: um ator e vários rostos

'O Caçador de Recompensas'