Pessoas que não conseguem ter filhos naturalmente e querem fazê-lo por meio da reprodução assistida não podem escolher o sexo da criança. É o que determina o novo Código de Ética Médica, em vigor desde a última terça-feira. A norma diz que o profissional não pode usar as técnicas de fertilização “para criar embriões para investigação ou com finalidade de escolha de sexo”.
O especialista em reprodução humana Luis Fernando Dale explica que, se os pais pudessem decidir sobre o sexo do bebê, os embriões que sobrassem no processo teriam que ser destruídos, e não poderiam ser usados em pesquisas.
- Para a escolha do sexo, os embriões passam por biópsia, e uma abertura é feita, o que impende que sejam congelados adequadamente - diz Dale. - O que pode ser feito é seleção em caso de doenças.
A manipulação genética também está proibida, segundo o código. Médicos não podem intervir no genoma humano, exceto na terapia gênica, para tratar doenças. O médico deve zelar ainda para que as pessoas não sejam discriminadas por razões de herança genética. O presidente do Departamento de Bioética da Sociedade Brasileira de Pediatria e da regional São Paulo, Clóvis Constantino, afirmou que é fundamental que o código regulamente esse tipo de comportamento:
- Cada vez é mais fácil fazer diagnósticos genéticos. Em pouco tempo, empresas vão criar bancos de dados para escolher os funcionários por suas características genéticas.
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