É mês de abril e muitas faculdades já começaram a liberar os calendários dos vestibulares de final do ano.
Entretanto, sobram várias dúvidas sobre como vai ficar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2010, após o roubo das provas ocorrido no ano passado. Pensando nisso, o R7 reuniu as informações já confirmadas sobre a prova.
A previsão do MEC (Ministério da Educação), até agora, é que as inscrições de alunos no exame comecem em junho e terminem em julho, dando um mês para os vestibulandos poderem fazer o cadastro. Os dias, entretanto, ainda não foram definidos. A taxa de R$ 35 não deve mudar, afirma João Carlos Gomes, presidente da Abruem (Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais).
- Não vejo chance de alterar o valor. Fizemos uma reunião com o MEC há 15 dias e não surgiu a intenção de um aumento agora, mas é a pasta quem define [a taxa].
Estudantes fazem a prova
Mais faculdades
Já o número de universidades públicas que participam do programa vai crescer, segundo a Abruem e a Andifes (associação dos reitores de faculdades federais).
Pelo menos 30 instituições estaduais e municipais vão usar a nota do Enem no vestibular neste ano, um aumento de 20% com relação à última edição da prova, diz Gomes.
- O ponto mais positivo do Enem é que o sistema permite que a faculdade escolha como vai participar. Cerca de 80% das estaduais e municipais entrarão no sistema de alguma forma.
A expectativa do secretário-executivo da Andifes, Gustavo Balduíno, também é positiva.
- Só 13 universidades federais substituíram plenamente o vestibular pelo Enem na última edição. Algumas faculdades, como a UFC (Universidade Federal do Ceará), já anunciaram neste ano sua adesão. Então acho que deve crescer sim, tanto a participação parcial quanto a total.
Outra mudança é que o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) deve ter no máximo duas chamadas na edição do final de 2010. A informação foi dada pelo presidente da Andifes, Alan Barbiero.
- O prazo para se matricular na universidade vai ser menor, conforme acertado com o MEC. Não dá para estender tanto o calendário, sob o risco de afetar o ano letivo.
Como já divulgado, a previsão do ministério é que o Enem seja aplicado nos dias 6 e 7 de novembro, após o período de eleições. As notas devem ser divulgadas em 6 de janeiro, diz a Andifes. Após isso é que vai ocorrer a abertura do Sisu.
Protesto contra o adiamento da prova no ano passado
Mesma dificuldade
O ministro da Educação, Fernando Haddad, havia ressaltado durante passagem por São Paulo que o exame terá o mesmo nível de dificuldade e conteúdo da última edição. A quantidade de questões também deve ser a mesma, e será exigido conhecimento de inglês ou espanhol dos candidatos.
- A prova terá a mesma matriz de conteúdo do último Enem. Não vai haver mudanças, inclusive no que diz respeito à cobrança de língua estrangeira.
Segurança
O presidente do Inep (órgão do ministério responsável pelo Enem), Joaquim Soares Neto, afirmou em reunião com a Andifes e o ministro Fernando Haddad que será contratada uma gráfica de segurança máxima para a impressão do Enem. A aplicação do exame terá apoio dos Correios, do Exército e das forças policiais dos Estados, também de acordo com Neto.
Questionados sobre o roubo do Enem, o cancelamento da prova e outros problemas como o alto índice de abstenção e o erro na divulgação do gabarito, dirigentes das associações que representam as faculdades reconheceram que o Enem precisa ser melhorado e que o exame é muito experimental. Barbiero ressalta que, mesmo com todas as dificuldades, a prova foi executada.
- Do ponto de vista operacional, aconteceram problemas, isso é fato. Mas o Enem é um processo em construção, uma boa ideia que pode ser aperfeiçoada.
Meio do ano
Uma nova rodada do Sisu vai ser realizada em junho, usando as notas do Enem 2009.
A ideia é que os estudantes possam concorrer a vagas em universidades e institutos de ensino federais novamente. Ainda não é possível saber quantas irão participar, já que nem todas fazem vestibular de inverno.
Entretanto, a secretária de ensino superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, ressaltou que todas as instituições que participaram da primeira edição do sistema têm interesse em continuar no processo.
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