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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tony Ramos fala sobre sua carreira

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Convidado da série “A história da telenovela”, no CCBB, Tony Ramos falou terça-feira para uma plateia que incluía a mulher, Lidiane. A parceira de mais de quatro décadas foi alvo de elogios durante o bate-papo com o Totó de “Passione”, que também relembrou seus 46 anos de carreira e deu dicas a atores iniciantes.

- Eu me sinto sim parte da história da TV, seria hipocrisia negar. Mas sempre fazendo parte de equipes, não acredito em trabalho solo - disse o ator, de 62 anos. - Foi assim que pautei minha vida e continuarei até o dia em que disser ‘chega, vou pescar’. Mas pretendo não pescar tão cedo.

Leia aqui outros destaques:


Cover de Oscarito

Aos 6, 7 anos, eu tinha um comichão, uma macaquice dentro de mim, que era imitar o Oscarito. Ia para a matinê de domingo e ficava olhando o Oscarito, sonhando. Dizia para a minha família: ‘quero ser aquilo!’. Claro que eles não davam bola.

Salário atrasado

No início da carreira, ainda na Tupi, o salário era curto e não vinha no dia certo. Chegávamos a ficar quatro meses sem receber. Todos nós fazíamos outras coisas: eu fazia ponta em filme, dublagem, teatro. De 1968 a 1979, saia correndo da Tupi para fazer peças à noite. Era uma complicação, porque queria construir minha família. Mas disse a Lidiane ‘vamos juntos’ e ela respondeu ‘vambora’. A gente foi junto, dando cabeçada, apanhando da vida, e acreditando. A dublagem às vezes garantia o supermercado, a comida.

A luta por papéis

Nunca lutei por papéis, nunca desejei aquilo que não era meu, nunca fiquei cortejando ninguém. Ficar babando ovo dos outros, tô fora, não é do meu feitio. Claro que no início tinha sonhos, queria ter um bom papel, protagonizar uma novela. Mas nunca consegui ficar triste com personagem pequeno. A ambição estava presente, mas ela nunca cruzaria o caminho de terceiros.

A chegada ao Rio

Viemos de São Paulo com cachorro, dois filhos pequenos e dois carros. Vim trazendo um Fusquinha branco maravilhoso e uma Belina turbinada. Passamos a primeira noite num hotel e no dia seguinte o caminhão da mudança ia chegar. Lidiane teria que organizar tudo com duas crianças, porque eu tinha que trabalhar. Ela disse: ‘deixa que eu me viro’. Isso é coragem, determinação, parceria. Ela é uma parceira muito especial.

Macacão de pelos 

Fiquei nu numa cena de ‘O astro’ (1977), porque meu personagem fazia um voto para São Francisco de Assis e dizia ao pai que não queria a roupa comprada com o dinheiro dele. Foi a primeira vez que um homem ficou nu numa novela. Mas fiquei mais ou menos nu, porque eu tinha um macacão de cashmere, que é o meu pêlo, né? (risos) E usava um tapa-sexo. Ter que andar pelado na frente de todo mundo foi duro, mas a cena tinha um propósito.

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