O promotor de Justiça Yuri Giuseppe Castiglione, de Osasco, ofereceu nesta segunda-feira (19) denúncia contra Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, por duplo homicídio duplamente qualificado pelas mortes do cartunista Glauco e do filho dele, Raoni, e por lesão corporal, pela agressão à mulher de Glauco, Beatriz Galvão.
No caso da morte de Glauco, foram atribuídas as qualificadoras motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Já no caso do filho dele, Raoni, a Promotoria entendeu ter ocorrido, além do recurso impossibilitando a defesa, homicídio a fim de assegurar impunidade por outro crime.
Foi pedido um exame para atestar a sanidade mental do acusado, que está detido na Penitenciária de Catanduvas, no Paraná.
- Caso se conclua que ele não possuía higidez mental no momento da prática do delito, pode ser aplicada uma medida de segurança e, nesse caso, poderá ser determinada a internação dele em hospital psiquiátrico -afirmou o promotor, durante a entrevista realizada na sede do Ministério Público, no Centro de São Paulo. .
A utilização de entorpecentes também deve ser avaliada no exame pericial.
- Se for comprovado que, em razão do uso de droga, ele tinha comprometida sua capacidade de entendimento e discernimento [no momento do crime], a medida cabível seria a de segurança. Caso ele tenha usado a droga para criar coragem para praticar o delito, isso é um agravante para a pena - disse o promotor.
Segundo ele, o prazo mínimo, no caso de internação, é de um a três anos, com realização de avaliação periódica. Se o exame concluir que o acusado das mortes é imputável, ou capaz de responder por seus atos, ele poderá ser mandado pela Justiça a júri popular. O promotor disse que, nesse caso, as penas somadas pelos assassinatos e pela lesão corporal podem variar de 24 a 68 anos.
Em relação a Felipe de Oliveira Iasi, o promotor solicitou novas diligências antes de "formar uma convicção" sobre a eventual participação dele no crime.
- Para a busca da verdade, há a necessidade de diligências complementares - afirmou.
Ele não esclareceu quais serão essas diligências, pois o processo está sob segredo de Justiça.
- Há a necessidade de uma responsabilidade por parte do Ministério Público antes de denunciar qualquer pessoa - disse.
Não há uma limitação de prazo para que sejam realizadas as diligências.
Outro lado
Procurado, o advogado de Cadu, Gustavo Badaró, estava em uma reunião na tarde desta segunda-feira e por isso não deu declarações.
O advogado do estudante Felipe de Oliveira Iasi, Cássio Pauletti, disse que o promotor está “buscando a verdade”.
- Eu acho que o promotor está demonstrando ter equilíbrio, um espírito de buscar a verdade, ele é o advogado da sociedade. A polícia, prematuramente, imputou a uma pessoa a prática de um crimem - disse.
O estudante foi indiciado pela participação no crime porque, segundo a polícia, facilitou a fuga de Cadu após os assassinatos.
1 comentários:
Que a justiça seja feita.
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