O PMN indicou nesta quarta-feira (9) o deputado Fábio Faria (PMN-RN) para substituir Jaqueline Roriz (PMN-DF) na comissão de reforma política da Câmara. A deputada foi gravada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. Fábio Faria está em seu segundo mandato e já foi vice-líder de seu partido na Câmara.
Nesta quarta, Jaqueline Roriz enviou carta ao partido anunciando que deixaria a comissão, mas não comentou o conteúdo do vídeo divulgado na semana passada. O assessor da família Roriz, Paulo Fona, disse que ela não vai se manifestar sobre a gravação.
Mais cedo, o PMN divulgou nota afirmando que aguardará o "o desenrolar dos acontecimentos" sobre o caso. O partido disse lamentar que Jaqueline Roriz "tenha se deixado envolver ingênua e desnecessariamente numa prática nefasta, própria de agentes políticos de pequena expressão, com tibieza ética, moral e intelectual, sem horizontes e carreira curta".
O vídeo em que a deputada aparece, ao lado do marido, recebendo um pacote de dinheiro, teria sido gravado em 2006. A assessoria do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que ele pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para apurar o caso.
A investigação também deve ser feita pela Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), anunciou nesta quarta que o primeiro caso a ser analisado pela Comissão de Ética da Câmara, que vai ser instalada na semana que vem, será o da deputada.
A investigação
Segundo a Polícia Federal, o mensalão do DEM foi um esquema de corrupção que envolveu pagamento de propina a deputados da base aliada, empresários e integrantes do governo do Distrito Federal. O suposto esquema foi desvendado após a deflagração pela PF, em novembro de 2009, da operação Caixa de Pandora.
A investigação levou à prisão e à cassação, no ano passado, do então governador José Roberto Arruda (atualmente sem partido; na época no DEM). O vice de Arruda, Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), assumiu o governo depois que Arruda pediu afastamento, mas renunciou para defender-se das acusações. Ambos sempre negaram envolvimento com o suposto esquema.
No ano passado, por conta da crise política, o Distrito Federal esteve ameaçado durante meses de intervenção federal.
Após a renúncia de Paulo Octávio, em fevereiro de 2010, o então presidente da Câmara Distrital, Wilson Lima (PR), assumiu o governo.
Lima deixou o cargo depois que a Câmara elegeu para governador o então deputado distrital Rogério Rosso (PMDB). Ele concluiu o mandato iniciado por Arruda e permaneceu até a eleição de outubro, cujo ganhador foi Agnelo Queiroz (PT), atual governador.
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