Amistoso, só antes de a bola rolar. Se foi recebida com festa pela torcida e por autoridades locais, a seleção brasileira enfrentou condições adversas na partida contra o Zimbábue, nesta quarta-feira, no estádio Nacional, em Harare.
Apesar das dificuldades iniciais, o Brasil venceu por 3 a 0, gols de Michel Bastos, Robinho e Elano. A equipe de Dunga ainda faz mais um jogo, contra a Tanzânia, às 12h (de Brasília) na próxima segunda-feira, antes da estreia na Copa da África do Sul, no dia 15 de junho contra a Coreia do Norte no Ellis Park, em Joanesburgo.
O time brasileiro percebeu que havia algo errado antes mesmo de a partida começar, quando o hino brasileiro foi executado nas duas acepções que a palavra tem, com trechos irreconhecíveis. Por sua vez, o presidente e ditador Robert Mugabe, e o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai tiraram uma casquinha da seleção pentacampeã mundial e foram ao campo cumprimentar os jogadores.
A partida começou com o Brasil em ritmo lento, enquanto os zimbabuanos entraram embalados pelo frenético e interminável coro das vuvuzelas. A seleção local jogava com o apoio de 60 mil torcedores, e estava disposta a corresponder, não economizando na disposição e, muitas vezes, exagerando nas divididas. Tão perigoso quanto os carrinhos e encontrões adversários, porém, era o estado do gramado - na verdade, uma sucessão de buracos com alguma grama por cima.
Robinho sofreu duas pancadas fortes, e numa dela chegou a partir para cima do zagueiro, mas foi contido pelo seu antigo companheiro de Manchester City, Benjani. Kaká tambem sofreu uma entrada dura ao subir para cabecear e caiu de mau jeito, mas nada sofreu. O meia, que se recuperou recentemente de lesão muscular na coxa esquerda, teve atuação apagada, participando pouco do jogo.
O primeiro lance de perigo que não envolvesse uma canela brasileira aconteceu aos 19 minutos, mas para os donos da casa. Após falha da defesa do Brasil, Benjani dividiu com Thiago Silva (o titular Juan sentiu um incômodo muscular e foi poupado) e conseguiu dar um toque na bola. Julio Cesar rebateu e a sobra ficou com Karuru, que mesmo sem goleiro chutou por cima do gol.
Além do susto pela oportunidade oferecida ao rival, o que mais causou apreensão foi Julio Cesar. O goleiro levou uma pancada nas costas ao cair no chão e sinalizou para o banco, levantando a camisa. Dunga preferiu tirar o jogador, que foi substituído por Gomes, aos 25.
E o reserva logo se viu obrigado a trabalhar, aos 27 minutos. Mapemba cruzou da esquerda para a entrada da área. Knowledge Musona chegou antes dos defensores e cabeceou para grande defesa do goleiro reserva. Um minuto antes, o mesmo jogador havia acertado a trave brasileira, mas o árbitro já marcara impedimento.
Seleção demora a entrar no jogo, mas vai para intervalo com 2 a 0
O Brasil acordou somente aos 35. O primeiro lance foi uma bomba de fora da área de Maicon. Sibanda defendeu no meio do gol. Em seguida, aos 37, Robinho driblou um adversário e também arriscou da intermediária, mas para fora.
Aos 39, Luis Fabiano tentou a jogada individual e foi derrutado no bico da grande área, pelo lado direito. Na cobrança da falta, aos 40, Michel Bastos soltou a bomba e acertou o ângulo de Sibanda: 1 a 0. Foi o primeiro gol do jogador pela seleção, e em grande estilo: a bola chegou a atingir 139 km/h.
Três minutos depois, uma das principais armas da seleção se fez presente: o contra-ataque. Maicon fez lançamento primoroso para Robinho. Livre, ele deu um leve toque e tirou do alcance do goleiro, aos 43.
Para o segundo tempo, Dunga fez três mudanças: saíram Lúcio, Maicon e Kaká para as entradas, respectivamente, de Luisão, Daniel Alves e Julio Baptista.
Os dois últimos entraram e logo tiveram participação no último gol da partida. Julio Baptista recebeu belo passe do lateral e devolveu de calcanhar, deixando o companheiro na cara do gol. Daniel Alves não foi egoísta e rolou para Elano, livre, marcar o terceiro, aos dez minutos.
O ritmo da partida caiu, e o treinador zimbabuano aproveitou para fazer alterações. Daniel Alves ainda chegou a incomodar Sibanda, aos 27, em cobrança de falta, mas o goleiro defendeu de manchete. O lateral também arrancou aplausos da torcida aos 42, quando escapou de um violento carrinho com um belo drible.
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