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domingo, 2 de maio de 2010

Taleban reivindica autoria de atentado fracassado em Nova York

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O grupo Taleban, do Paquistão, reivindicou na tarde deste domingo (2) a autoria do atentado fracassado em Times Square, uma das regiões mais movimentadas de Nova York (EUA), segundo informações das agências internacionais. Um carro com material explosivo foi encontrado pela polícia na rua 45 (entre a 7ª e a 8ª avenidas) na noite de sábado (1º), e o esquadrão antibombas foi acionado para desarmar o artefato. Ninguém ficou ferido.

Em um vídeo de um minuto publicado em um site islâmico, o grupo diz que o ataque é uma retaliação à morte do líder Baitullah Mehsud, além das mortes de outros líderes da Al Qaeda no Iraque.

Imagens dos militantes mortos são mostradas no vídeo, em que uma voz não identificada faz a narração e há legendas em inglês.

O vídeo foi descoberto neste domingo pelo SITE Intelligence Group, grupo norte-americano que monitora sites de militantes.

Investigações intensificadas

A polícia de Nova York e o FBI (polícia federal norte-americana) intensificaram neste domingo (2) as investigações sobre o episódio do carro-bomba na Times Square. O assunto vem sendo tratado pelas autoridades norte-americana como uma tentativa de ato terrorista.

O veículo, um Nissan Pathfinder escuro, que estava estacionado na rua 45 (entre a 7ª e a 8ª avenidas), foi guinchado na manhã deste domingo e levado a um instituto de perícia no Queens (bairro da região nordeste), onde está sendo analisado. O material encontrado dentro do carro (três recipientes com propano e outros dois com gasolina, assim como fogos de artifício de consumo doméstico, dois relógios, cabos e outros materiais) também está sendo observado.

Além disso, o prefeito de Nova York, Michael Bllomberg, insistiu que estão sendo revisadas todas as câmeras de segurança que existem na área, e lembrou que é muito provável que nas próximas horas alguém entre em contato com as autoridades dizendo que viu a pessoa ou as pessoas que abandonaram o veículo por volta das 18h30 (hora local, 19h30 em Brasília) do sábado. "Não temos nem ideia de quem fez isto nem por que", reconheceu Bloomberg mais cedo, em entrevista coletiva.

Segundo o jornal “The New York Times”, a polícia e o FBI investigam também uma ligação para o número 911 por volta das 4h deste domingo. De acordo com fontes policiais, o atendente do número de emergência relatou que a pessoa do outro lado da linha, que parecia bastante inteligente, pediu para não ser interrompida enquanto falava e, então, disse que aconteceria uma explosão bem maior em breve, e que o episódio com o carro-bomba em Times Square teria sido apenas uma diversão.

A ligação foi rastreada e descobriu-se que partiu de um telefone público localizado entre a 53ª e a 7ª avenida. Segundo o jornal, a polícia já havia tirado as impressões digitais no local. As fontes não sabem precisar se existe algum tipo de relação entre a ligação e o atentado que aconteceu horas antes.

- Felizmente, ninguém ficou ferido e agora a cidade, o Estado e a Polícia Federal vão se mobilizar para levar ante a justiça aquele ou aqueles responsáveis pela ação - escreveu o governador do Estado de Nova York, David Paterson, em nota, ao qualificar de tentativa de "ato terrorista" o episódio.

Como foi

Um vendedor ambulante de camisetas que passava pela Times Square, coração da cidade, informou um policial a cavalo sobre um Nissan Pathfinder escuro, que tinha fumaça saindo de perto do banco traseiro e cheirava a pólvora.
O carro estava com o motor e o pisca-alerta ligados, disseram autoridades, e apresentava placa de Connecticut, informação que não batia com suas informações de cadastro.

Policiais, então, evacuaram rapidamente as ruas e isolaram a área. O esquadrão antibombas da cidade entrou em ação, trabalhou durante toda a madrugada e desativou o artefato, inclusive com a ajuda de robôs.

Segundo o prefeito de NY, o veículo suspeito continha um "dispositivo explosivo" de fabricação "amadora", que, no entanto, poderia ter provocado um incidente grave e fatal. "Tivemos muita sorte", disse em relação à rápida ação da polícia em um dos primeiros finais de semana do ano com boa temperatura, o que levou mais pessoas à Times Square que em semanas anteriores. Milhares de pessoas se encontravam passeando ou indo a cinemas e teatros da popular Broadway.

Em entrevista ao canal ABC, Janet Napolitano, secretária americana de Segurança Interior, concordou que as autoridades estão tratando o incidente como um "potencial atentado terrorista", mas classificou a ação como "um ato isolado", afirmando que nenhum outro ponto da cidade registrou qualquer ação aparecida. Além disso, Napolitano afirmou não ser possível prever qual o tamanho do estrago que o ato causaria se a bomba tivesse explodido.

A maior parte da Times Square foi reaberta aos carros e aos pedestres por volta de 5h (horário local, 6h em Brasília).

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a "ação rápida" da polícia de Nova York no incidente e disse que os policiais fizeram "um trabalho excelente" na resposta ao alerta.

Histórico de terrorismo

A precedente tentativa de atentado em solo americano remonta ao Natal de 2009, quando um jovem nigeriano tentou fazer explodir um avião de carreira entre Amsterdã e Detroit com um artefato escondido na cueca.
No dia 11 de setembro de 2001, cerca de 3.000 pessoas morreram nos atentados contra as torres do World Trade Center em Manhattan assumidos pela rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden.

- Quando nos deparamos com um terrorista, ele tem sempre um mapa de Nova York no bolso - declarou o prefeito da cidade, pedindo aos moradores para se manterem vigilantes, sem deixar de sair de casa e de aproveitar o "bom tempo" deste domingo.

Em fevereiro, um imigrante afegão e partidário da Al-Qaeda, de 25 anos, Najibullah Zazi, havia sido acusado de tentativa de atentado contra o metrô de Nova York, em setembro passado. Foi considerado culpado e pode pegar prisão perpétua.

As autoridades também indiciaram por terrorismo, em março, uma americana de 46 anos, loura de olhos azuis, que ficou conhecida como "jihad Jane", que ofereceu seus serviços para assassinar um chargista sueco.

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