O menino que sobreviveu à queda do Airbus A330 da Afriqiyah Airways, em Trípoli, na Líbia, foi submetido a cirurgias nesta quarta-feira (12) por conta das diversas fraturas que sofreu no acidente, no qual 103 pessoas morreram. De acordo com informações não confirmadas, o garoto tem por volta de 10 anos e seria de nacionalidade holandesa.
- Ele está sendo operado por causa de diversas fraturas - declarou Ozlem Canel, porta-voz do holandês das Relações Exteriores, contatada pela agência de notícias France Presse por telefone.
Um membro da embaixada da Holanda em Trípoli se reuniu com o médico do menino e espera conversar com ele depois da operação.
Segundo o ministro de Transportes líbio, Mohamed Zidane, o avião, que chegava de Johannesburgo, na África do Sul, transportava 93 passageiros e 11 tripulantes e deveria pousar em Trípoli às 6h10 no horário local (1h10 de Brasília), mas caiu a cerca de 100 metros da cabeceira da pista. De Trípoli, o avião seguiria rumo ao aeroporto de Heathrow, o principal de Londres.
Zidane anunciou a localização de 96 corpos de diversas nacionalidades do Airbus A330. O ministro líbio indicou também, conforme a agência oficial líbia "Jana", que os serviços de emergência localizaram a caixa-preta da aeronave e abriram uma investigação para determinar as causas do acidente. Ele descartou, no entanto, a hipótese de atentado terrorista e assinalou que as buscas continuam para encontrar os outros ocupantes do avião.
Segundo um porta voz do ministério sul-africano, Nomfanelo Kota, o avião desapareceu durante a noite de ontem. O porta voz disse que a aeronave transportava passageiros de várias nacionalidades, incluindo britânicos e sul-africanos. Todos os 11 tripulantes seriam líbios, de acordo com um funcionário da Afriqiyah Airways.
O governo líbio ainda não esclareceu se o avião já estava sobre a pista de pouso, mas afirmou que algumas testemunhas no aeroporto disseram não ter visto a aeronave pousar. O tempo na região nos últimos dias tem estado claro e ensolarado, de acordo com relatos de agentes do aeroporto de Trípoli.
De acordo com o site "Flightglobal", portal especializado em aviação, a fuselagem da aeronave tinha apenas 1.600 horas de voo acumuladas, em 420 voos realizados. Ainda não há informações sobre o tempo de voo dos tripulantes. Segundo o site, dados meteorológicos indicam que a visibilidade variava nos minutos próximos ao acidente: a visibilidade era de 6.000 m às 5h50 (hora local), de 5.000 m às 6h20, e de 2.000 m às 6h25.
A companhia aérea Afriqiyah foi fundada em 2001 e começou suas operações com cinco aviões alugados. Em 2007, a empresa assinou contrato com a Airbus na França e adquiriu 11 aviões. A empresa foi criada com capital estatal, mas hoje opera com capital misto administrado por um Fundo de Investimentos Líbio-Africano.
O avião da companhia líbia Al Afriqiyah que caiu nesta quarta-feira em Trípoli, passou por todos os controles de segurança necessários antes da decolagem em Johannesburgo, informou a empresa responsável por administrar os negócios da empresa na África do Sul.
- A companhia tem um bom balanço em termos de segurança - declarou Charmaine Thomé, diretora para a África Austral do grupo alemão Aviareps, especializado no transporte aéreo e turismo.
Funcionários brasileiros da construtora Odebrecht que trabalham nas obras de ampliação do aeroporto de Trípoli, na Líbia, presenciaram o acidente aéreo. O brasileiro Erick Marcel, que trabalha na administração da construtora em Trípoli, disse que muitos colegas viram o acidente.
- Como nosso turno é de 24 horas, muitos viram o acidente. Na hora que o avião caiu eles escutaram fortes estrondos. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu. O avião caiu bem perto da pista - disse.
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