Um promotor de vendas de 48 anos encontrou uma nova forma de dar golpes por telefone. Primeiro, ele escolhia as vítimas entre pessoas idosas de origem oriental. Depois, dizia que o filho da vítima tinha causado um acidente de trânsito e ele, como amigo, recebera a missão de arrumar o dinheiro para cobrir os prejuízos. Fez quase mil vítimas em São Paulo, Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e no Vale do Paraíba, de março a maio, e acabou preso na terça-feira (25). Houve até quem perdeu R$ 50 mil no golpe.
Desde 30 de março, o 1º Distrito Policial de Mogi monitorava as ligações do suspeito. Do primeiro aparelho monitorado pelos policiais, o promotor de vendas fez 1.215 ligações. Somadas aos telefonemas feitos de outros quatro aparelhos, a polícia descobriu que ele fez 4.217 ligações até 25 de maio. Segundo a apuração do delegado Marcos Batalha, ele usou 27 chips diferentes e ligou para 18 cidades.
Do total de telefonemas, mais de mil pessoas atenderam as ligações. Para a polícia, todas são vítimas, mesmo quem não deu dinheiro. Ele dizia que estava ao lado do filho da vítima, mas que este não podia falar porque havia batido o peito no volante e estava sem voz.
O suspeito se prontificava a ir à casa da vítima apanhar o dinheiro. O pagamento servia, segundo o golpista, em alguns casos para quitar o seguro do carro, que estava atrasado, e, em outros, para cobrir o prejuízo causado pelo filho da vítima para que o caso não fosse parar na polícia. No dia da prisão, ele marcou com uma aposentada na Zona Leste a entrega de R$ 20 mil. Acabou preso ao pegar o dinheiro.
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