O delegado Antonio de Olim, que investiga o desaparecimento da advogada Mércia Nakashima, de 28 anos, afirmou que o ex-namorado dela, um ex-policial militar aposentado, de 40 anos, "é o maior suspeito pelo sumiço dessa jovem". A declaração foi dada logo após o suspeito avisar, por telefone, que não iria comparecer para depor na tarde desta sexta-feira (28), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro de São Paulo.
A mulher está desaparecida desde o domingo (23), quando voltava para casa após um almoço com a família em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo o delegado, o ex-namorado alegou, como justificativa por ter faltado à convocação para depôr, "estar apavorado com esta situação". Ainda de acordo com o Olim, o advogado do suspeito iria entrar em contato para combinar o horário no qual deve comparecer ao DHPP para dar o depoimento dele.
- A demora para esclarecer essa situação só complica a situação dele. No dia em que ele veio e saiu sem avisar, deixando os documentos já complicou a situação dele - afirmou o delegado.
Em relação ao ex-namorado, Olim quer esclarecer onde ele se encontrava na noite de domingo, quando Mércia desapareceu. De acordo com o delegado, o suspeito ia todas as noites, conforme depoimento de testemunhas, esperá-la na porta do prédio onde a namorada mora com os pais. Na segunda (24) e terça-feiras (25), ele alterou esta rotina, segundo Olim.
Além disso, o delegado aguarda a quebra do sigilo telefônico da advogada para saber de quem foi a última ligação recebida, por volta das 18h, antes de sair de onde se encontrava e desaparecer.
- Ela saiu daqui por volta das 18h30. O trajeto daqui até a casa dela ela faz de 5 a 10 minutos e ela infelizmente não chegou - afirmou o irmão da vítima, Márcio Nakashima.
Antes de deixar a casa da avó, Mércia recebeu um telefonema do ex-namorado, segundo a família da mulher. Na quinta-feira (27), ele procurou a policia, mesmo sem ser convocado. Mas quando soube que era apontado como suspeito do desaparecimento deixou o prédio sem prestar depoimento. Na pressa, ele esqueceu um documento na delegacia.
De acordo com o delegado Antônio de Olim, o suspeito não usou nenhum cartão da advogada.
- As contas bancárias foram checadas - afirmou o policial. - Nós vamos ouvir o ex-namorado dela para ver se esteve com ela e para chegar onde ela pode estar.
Buscas
O helicóptero da Polícia Civil sobrevoou nesta sexta uma região de mata fechada, na Serra da Cantareira, na Zona Norte da capital. Os investigadores receberam uma denúncia de que o carro da advogada tinha sido abandonado no local.
Enquanto não recebe notícias, a família sofre.
- A gente não sabe onde ela está. Nós passamos em hospitais, delegacias, e nenhuma informação. Já fomos até ao IML [Instituto Médico-Legal], mas graças a Deus ela não estava lá - disse Cláudia Nakashima, irmã da vítima.
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