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terça-feira, 20 de abril de 2010

'A Alegria' representa o Brasil em Cannes

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Embora não haja nenhum longa brasileiro em competição no Festival de Cannes deste ano, que se realiza entre 12 e 23 de maio, o segundo filme da dupla Felipe Bragança e Marina Méliande, “A Alegria”, participará da Quinzena dos Realizadores, uma das mostras paralelas mais importantes do evento, que apresentará produções de países como França, Quirguistão e Bélgica.
Segundo Bragança, estrear o filme durante o Festival de Cannes, mais do que uma honra é a oportunidade de mostrar seu trabalho num lugar onde há bastante visibilidade, já que estão em busca de um distribuidor para o longa no Brasil, além de possíveis parceiros internacionais.

- Estou muito curioso para saber qual será a reação do público francês, porque é um filme que não fala de favela, violência, tráfico, que são assuntos comumente associados ao cinema brasileiro pelo público estrangeiro. Acho que vão se surpreender - disse o diretor.

 
“A Alegria” traz como protagonista a jovem Luiza e mostra a sua relação com seus amigos e familiares até um dia de Natal, quando seu primo desaparece, e só ela pode desvendar o mistério.

- Apesar de se passar nos dias atuais, o filme fala bastante sobre as gerações que cresceram a partir dos anos de 1980, quando as utopias começaram a cair.

Para a maior parte do elenco, os diretores escalaram atores estreantes ou com pouca experiência, como é o caso de Tainá Medina, que vive a protagonista, e Flora Dias, que havia participado do primeiro longa de Bragança e Marina, cujo título original, “A fuga, a raiva, a dança, a bunda, a boca, a calma e a vida da mulher gorila”, costuma ser reduzido a apenas “A fuga da mulher gorila”. No papel do primo está Cesar Cardadeiro, que em seu currículo tem participações na minissérie “Capitu”, de Luiz Fernando Carvalho, na qual fazia Bentinho quando jovem, e Pedrinho em “O Sítio do Picapau Amarelo”.

Apesar dos personagens e da temática juvenil, o diretor ressalta que “A Alegria” não é um filme apenas para adolescentes.

- Não falamos apenas sobre esse universo. Buscamos dialogar com todos os públicos, embora a gente brinque bastante com o gênero de filmes adolescentes, como os do ‘High School’, ou os filmes de John Hughes.

Orçado em torno de R$ 750 mil, “A Alegria” é o projeto mais ambicioso da dupla de diretores, que começou a parceria com alguns curtas, além de “A Fuga da Mulher Gorila”. Segundo Bragança, o olhar dele como roteirista e o de Marina, como montadora, são complementares quando estão no set.

- A gente tem um diálogo muito bom, o que facilita na hora de dirigir.

Atualmente, além de preparar o lançamento do filme em Cannes, Bragança, que tem 29 anos, espera que seu mais novo roteiro, “A praia do futuro”, comece a ser rodado no segundo semestre – a direção é de Karim Aïnouz, com quem ele trabalhou como diretor assistente e corroteirista em “O Céu de Sueli” (2006).

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