O advogado de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, pediu agilidade nos exames de sanidade mental em seu cliente, citados na segunda-feira (19) pelo promotor de Justiça Yuri Giuseppe Castiglione, de Osasco, quando ofereceu denúncia contra Cadu. Ele é acusado de duplo homicídio duplamente qualificado pelas mortes do cartunista Glauco e do filho dele, Raoni, e de lesão corporal pela agressão à mulher de Glauco, Beatriz Galvão.
- Eu já havia pedido esse exame no dia 23 de março e, até hoje, ninguém tinha se manifestado. Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica a avaliação, perde a qualidade técnica. Agora, os especialistas terão que definir qual era o estado mental dele em 12 de março [quando os crimes foram cometidos]. Espero que seja feito o mais rápido possível - afirmou o advogado Gustavo Badaró, que definiu a denúncia da Promotoria como “óbvia” e “esperada”.
Um juiz deve decidir que se vai acatar ou não o pedido feito por Castiglione e, então, segundo o advogado, Cadu, que está detido na Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, deve ser transferido para um hospital psiquiátrico, onde os exames serão realizados.
- Espero que a decisão saia até o fim desta semana. A lei manda que os exames sejam feitos em um hospital psiquiátrico e podem durar até 45 dias. Não basta um único exame ou uma única conversa. É uma coisa muito séria essa análise, espero que seja feita com cuidado - disse o advogado, citando o exemplo do pedreiro Adimar Jesus da Silva, réu confesso do assassinato de seis jovens em Luziânia (GO), que tinha laudo psiquiátrico datado de agosto definindo-o como um “psicopata perigoso”.
De acordo com Badaró, “a questão é descobrir a verdade” por meio desse exame.
- Qualquer um que tenha falado com o Carlos Eduardo tem dúvida sobre a condição mental dele, não só eu. No interrogatório, diante das autoridades policiais, ele continuava afirmando que seu irmão era Jesus Cristo. Quem sabe o que faz merece punição. Quem não sabe merece medidas de segurança.
Uso de drogas
A utilização de entorpecentes também deve ser avaliada no exame pericial. Segundo o promotor, se for comprovado que, em razão do uso de droga, Cadu tinha comprometida a sua capacidade de entendimento e discernimento no momento do crime, a medida cabível seria a de segurança. Caso ele tenha usado a droga para criar coragem para praticar o delito, isso seria um agravante para a pena.
- No caso do Carlos Eduardo, há um histórico de problemas mentais na família [a mãe dele tem problemas psiquiátricos]. E sabemos que o uso do Daime é um potencializador. Ele poderia estar passando por um surto psicótico independente do uso de maconha. Tudo isso junto é uma combinação perigosa - definiu o advogado.
Cadu frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada pelo cartunista Glauco em Osasco e adepta do Santo Daime. Logo após o assassinato, familiares do rapaz já haviam afirmado que ele piorou seu estado de saúde mental após frequentar o local, e a linha da defesa sempre foi tentar provar que o estudante teve agravado seu quadro de esquizofrenia após ter tido contato com a igreja e com o Daime.
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