O britânico Shrien Dewani é suspeito de ter planejado o sequestro e a morte da própria esposa, Anni, durante a lua-de-mel na Cidade do Cabo, na África do Sul. Ele retorna nesta segunda-feira ao país para participar das investigações.
Dewani, de 31 anos, deverá participar de reconhecimento de fisionomias.
O casal, recém-casado, foi sequestrado por homens armados ao passar por uma favela na periferia da Cidade do Cabo na semana passada. O marido foi libertado pouco depois, sem ferimentos.
Mas Anni Dewani, de 28 anos, foi assassinada. Seu corpo foi encontrado com ferimentos no rosto e no peito.
Desde que Shrien Dewani deixou o país com o corpo da esposa, na última quarta-feira, mais dois homens foram presos por suspeita de terem participado do sequestro e do assassinato. Antes disso, Xolile Mngeni, de 26 anos, já havia sido detido pela mesma razão.
Suspeitas de que o crime possa ter sido planejado tomaram conta da imprensa local no último domingo, quando foi divulgado que a polícia descobriu um conjunto de fotografias de Anna Dewani durante a lua-de-mel.
No entanto, as fotos podem ter sido pedidas pela polícia a Shrien Dewani, para que pudessem procurar por suspeitos nas fotos.
Zola Tongo, o motorista do táxi sem licença onde o casal estava quando foi emboscado na cidade de Guguletu, se transformou em "testemunha do Estado". Ele disse a um jornal local que a situação era "muito ruim".
- Eu temo pela minha vida. Eu não fiz nada de errado - disse.
O advogado de Tongo, William de Grass, disse ao jornal "Weekend Argus" que aconteceram "novos desenvolvimentos". Outra fonte, um policial cujo nome não foi revelado, teria dito que "uma revelação explosiva" seria feita logo.
Arma
A polícia acredita já ter encontrado a arma do crime.
A imprensa sul-africana diz que a polícia também acredita que o caso pode ser mais do que um sequestro comum.
Anni Dewani, de 28 anos, era uma engenheira sueca. O britânico Shrein Dewani, disse que ele e a esposa, que se casaram na Índia, estavam a caminho do hotel onde se hospedavam, quando a esposa pediu que eles fizessem um desvio por Guguletu, porque ela queria ver a "verdadeira África".
Dois homens armados se aproximaram do veículo e retiraram o motorista dele. Em seguida, seguiram com o casal. Dewani disse que ele colocado para fora do carro pela janela traseira, cerca de uma hora e meia depois, enquanto o carro estava em movimento. Ele não foi ferido.
O corpo de Anni foi encontrado na manhã seguinte, no banco traseiro do carro. Um exame póstumo revelou que ela levou um tiro no pescoço.
A polícia disse não haver provas de que Anni sofreu violência sexual. No entanto, um estudante que estava presente quando o corpo foi descoberto diz que o vestido da engenheira estava suspenso até sua cintura e que sua roupa de baixo estava nos joelhos.
Jornais locais disseram ainda que a empresa de Shrien Dewani, PSP Healthcare, que ele administra com seu pai e seu irmão, teria uma dívida de 6,23 milhões de libras (cerca de R$ 17 milhões). A informação foi negada pela empresa.
Dewani e sua família disseram que não vão comentar o assunto.
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