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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pai de atropelador diz que policiais o orientaram a consertar o carro

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O empresário Roberto Bussamra, pai do jovem acusado de atropelar Rafael Mascarenhas, afirmou na tarde desta quinta-feira que o sargento Marcelo Leal de Souza Martins e o cabo Marcelo Bigon, que abordaram seu filho depois do acidente, o aconselharam a levar o carro do jovem Rafael Bussamra para o conserto. A afirmação aconteceu durante audiência na Justiça Militar do Rio, na zona portuária.

A audiência é presidida pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros e deve ouvir mais cinco testemunhas de acusação contra os policiais militares. A denúncia contra eles foi oferecida pela promotoria Isabella pena Lucas, que os acusa de falsidade ideológica, descumprimento de missão e corrupção passiva, por supostamente terem apresentado um boletim de ocorrência com informação falsa, já que fizeram a liberação do veículo de sem a constatação de irregularidades, além de terem pedido propina.

O primeiro a ser ouvido na audiência foi Roberto Bussamra, que voltou a afirmar ter pago R$ 1.000 aos policiais, embora eles tivessem pedido R$ 10 mil. Ele também afirmou que os próprios PMs o aconselharam a levar o veículo do filho para o conserto, devido a falsificação do boletim de ocorrência.

- Disseram que tinha que estar pronto até as 10h - afirmou o pai do atropelador de Mascarenhas.

O veículo foi apreendido amassado e com o vidros quebrados após o acidente. Antes da apreensão, Roberto chegou a encaminhar o Siena 1.0 preto 2007 do filho para conserto, segundo o funileiro Paulo Sérgio Gentile Muglia, 48. O funileiro afirmou também que o Siena tinha a embreagem alterada, mais baixa, o que, segundo ele, deixava seu arranque mais forte.

Roberto afirmou ainda que, segundo policiais, o dinheiro da propina seria dividido entre amigos e pessoas supostamente ligadas à CET-Rio.

- A CET-Rio também [receberia dinheiro] por causa das imagens, que seriam divulgadas, segundo os policiais, apenas se a polícia pedisse.

Além de Roberto, também serão ouvidos hoje Rafael Bussamra e Gustavo Bullus - que acompanhava o atropelador na noite do acidente, embora estivesse em outro veículo -, além dos militares Gustavo Bastos, auditor da Corregedoria, o cabo Tarsis Doria Noia, que registrou o atropelamento na Polícia Civil, e o cabo Marcio Leal de Mattos, controlador de rádio que falou com os PMs na noite do atropelamento.

Uma nova audiência ainda deve ser marcada para ouvir as testemunhas de defesa do caso, além de serem ouvidos os próprios PMs, mas a data exata ainda não tinha sido determinada até a tarde de hoje.

Caso

Rafael Mascarenhas, 18, filho caçula da atriz da Cissa Guimarães, morreu após ser atropelado em um túnel na Gávea, zona sul do Rio, no dia 20 de julho. Ele chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao final do procedimento médico.

O jovem que dirigia o carro que atropelou Mascarenhas, Rafael Bussamra, foi indiciado na tarde desta quinta-feira por suspeita de homicídio com dolo eventual, que se configura quando o autor não tem intenção de matar, mas assume e despreza os riscos de tirar a vida de outra pessoa. A pena é de 6 a 20 anos.

Ele também foi indiciado por corrupção ativa (de 2 a 12 anos de prisão) e por mais dois crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro: fraude processual - por ter adulterado provas - e fuga do local do atropelamento. A delegada da 15ª DP (Gávea), Bárbara Lomba, não soube informar a quantos anos Bussamra pode ser condenado no total.

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