Laudo do IML (Instituto Médico Legal) afirma que o recém-nascido ferido por um bisturi na hora do parto, no Hospital Municipal do Campo Limpo (zona sul de São Paulo), morreu em decorrência de sua prematuridade pulmonar, e não em razão do ferimento. A informação foi divulgada na tarde desta quinta-feira pela Secretaria Municipal da Saúde.
O parto cesárea ocorreu em 29 de agosto. A mãe, de 14 anos, estava, aproximadamente, no sexto mês de gestação.
- O corte, no entanto, afetou somente a derme do recém-nascido e não houve comprometimento de nenhum órgão interno - afirmou a pasta, em nota.
Na ocasião, o médico responsável informou à polícia que houve complicações durante o parto e confirmou que realizou a incisão com ajuda de outra médica.
- No procedimento de urgência, de difícil realização, houve uma lesão de 2,1 cm no dorso do bebê, ocasionada pelo bisturi - diz nota da secretaria.
Gestação
Ainda na ocasião, a Polícia Civil afirmou que o recém-nascido, que nasceu vivo, tinha um corte profundo e vários hematomas nas costas. O hospital, porém, já afirmava que o corte era superficial.
Acionada, a Polícia Civil foi ao local e constatou que a guia de encaminhamento de cadáver, entregue à família, estava rasurada no campo 'tempo de gestação'. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, a guia e a via de entrada no hospital assinalavam semanas diferentes de gestação. O tempo ideal de gestação é de 40 semanas.
Além de não informar as razões dos hematomas na criança, o documento também encaminhava o corpo ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito), e não ao IML (Instituto Médico Legal), como deve ser em casos de mortes com sinais de violência.
Um representante do hospital disse que não houve adulteração nos documentos do recém-nascido. O diretor técnico do hospital, o ginecologista Marcelo Antônio Negrão Gusmão, afirmou que os cartões de pré-natal indicavam gravidez de 27 semanas e os exames no corpo do bebê, 31 semanas.
- As duas informações estavam disponíveis - afirmou.
A estudante foi levada ao hospital em trabalho de parto. A gravidez, de acordo com o hospital, era de alto risco - por causa da idade da mãe e pelo fato de o bebê ser prematuro. A cesariana foi realizada por um médico obstetra formado há 27 anos e por uma médica residente.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informou que foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. Em nota divulgada nesta quinta, a Secretaria da Saúde afirma que "permanece à disposição da família e dos órgãos responsáveis pela investigação".
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