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sábado, 2 de outubro de 2010

Pedro Lourenço é a nova sensação da moda brasileira

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- O que me seduz na roupa é a mulher. É o mais importante.

Pedro Lourenço demorou três meses até chegar à construção da manga de um vestido que desfilará nesta sexta (1), o dia em que entra oficialmente para o calendário da semana de moda mais importante do mundo. O estilista, porém, não titubeia ao responder qua l é a essência do seu trabalho. É a mulher. Direto e simples assim.

Aos 20 anos e às vésperas de sua grande noite (a apresentação acontece nesta sexta, 1 de outubro, às 19h30 locais), não parecia disposto a complicar o que não fosse necessário. Concentrado, analisava cada detalhe na prova das roupas com referências a Joséphine (mulher de Napoleão) e ao baseball de sua coleção para o Verão 2011 europeu. Chegava perto da modelo, ajeitava a peça, pedia em inglês para que a moça andasse. Também em inglês trocava opiniões breves com a stylist do desfile, a experiente Brana Wolf.

Na “platéia”, sentados a alguns metros de Pedro, Reinaldo Lourenço e Giovanni Bianco observavam o precoce talento. Gloria chegaria à tarde, com o restante da coleção.

- Eu estou aqui como pai. Normalmente quando dou uma sugestão a primeira reação dele é a de dizer ‘não’. Depois pensa melhor e me dá razão. Ele sabe muito bem o que quer. E é muito teimoso - conta Reinaldo.

Diretor de arte com reconhecimento internacional, consultor informal da carreira de Pedro, responsável pelo convite e direção do desfile, foi Giovanni Bianco quem “mexeu os pauzinhos” e apresentou o estilista à KCD, influente relações públicas da moda. Com mailing e contatos poderosos, ficou a cargo da assessoria, que também funciona como produtora, organizar o primeiro desfile parisiense de Pedro e recrutar uma primeira fila com nomes como o de Carine Roitfeld (Vogue França), Hilary Alexander (“Telegraph”) e Sara Mower (“Style.com”). Pedro também cumpriu sua parte do trato e agradou em sua estreia, arrancando críticas elogiosas de todas as editoras citadas.

Daí a integrar a programação oficial, bastou uma reunião com Didier Grumbach, o presidente da Federação Francesa da Costura e organizador da temporada parisiense, que já havia visto e gostado do “début” do brasileiro. No esquema francês, ninguém paga para entrar nem recebe ajuda de custo para desfilar, como em São Paulo, onde a estrutura da sala e a iluminação são oferecidas gratuitamente.

Bem relacionado, Pedro também já teve contato com estilistas importantes. Recentemente, até recebeu convite para trabalhar com Donatella Versace, proposta que está estudando. Antes fez estágio de dois meses com o italiano Giambatista Valli, especialista em vestidos de festa vistos frequentemente em tapetes vermelhos. Também realizou três encontros com o incensado Alber Elbaz. Criou uma linha de roupa de banho a pedido do diretor criativo da Lanvin, que queria analisar sua relação com este universo tão brasileiro.

- Ele me deu conselhos, foi muito bom - conta.

Quando o comentário é que Elbaz é o estilista do momento, logo rebate: “Prefiro o [Azzedine] Alaïa”. Mais adiante na conversa, cita Rei Kawakubo (Comme des Garçons), outro ícone dos anos 1980 com estilo praticamente oposto ao de Alaïa, como sua estilista preferida.

Pedro, no entanto, não vê problema em apreciar os opostos. Muito pelo contrário. Mais do que paradoxal, ele gosta de definir seu estilo como “radical”, com grafismos e estrutura.

- Gosto desta contraposição do feminino com o masculino, da agressividade com a delicadeza.

Embora tenha uma visão bem definida sobre o próprio trabalho, Pedro não pára de ouvir opiniões sobre seu começo de carreira. Cathy Horn, do “New York Times”, foi uma das editoras de moda que analisaram o portfólio de Pedro num encontro particular. O designer procurou também Marie Rucki, diretora do estúdio Berçot, amiga de Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho, além do diretor da central Saint Martins, conceituada escola de moda de Londres, que o aconselhou a não estudar estilismo e sim outros assuntos.

- Eu cresci neste meio, já sabia muita coisa - diz.

“Mimado” pela moda brasileira desde os doze anos quando lançou, com platéia cheia na principal temporada de desfiles do país sua primeira coleção em 2006. Pedro Lourenço parece querer imprimir um outro tipo de personalidade de criador contemporâneo.

- A afetação é ‘demodé’. Mas tem afetação e tem ponto de vista forte. Isso você não pode abandonar, senão se perde - acredita.

Ele garante que considera as críticas, quando bem feitas, importantes para o desenvolvimento do estilista. Só não gosta de críticas "instantâneas" ou "geradas pela insegurança de saber se o que foi visto é bom ou não". Este caso ele considera o da imprensa brasileira que já o criticou e apontou semelhanças entre seu trabalho e o da grife Balenciaga.

Sobre o seu diferencial para competir num mercado tão difícil quanto o da moda européia, Pedro carrega um trunfo de menino-prodígio da moda.

- Tenho um ponto de vista jovem e fresco de uma geração que ainda não está trabalhando. É muito diferente crescer com a internet. Isso é algo que ninguém [entre os grandes estilistas atuais] viveu.

1 comentários:

  1. Anônimo disse...

    oi pedro eu mi chamo daiane moro em nova xavantina mt sei que nessa região não vou ter oportunidade de mostrar meu talento adoro seus trabalhos acredite você é minha inspiração maior adoro costumizar e criar eu não sou muito boa de desenhar mais minhas idéias são feitas na hora de criar beijos te adoro e espero que vc seja muito feliz vou deichar meus email: daiane_nx16@hotmail.com a eu tenho 18 anos.

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