- Estou vivendo um momento de transição na minha carreira. É uma transição difícil. Às vezes, tenho muita vontade de trabalhar, mas não sou chamada como já fui.
Regina, vista pela última vez na TV na novela “Três irmãs”, aponta a idade, ela está com 63 anos, como a principal razão da pouca oferta de personagens.
- Estou tentando me preparar para as mudanças do meu trabalho. Sinto que a partir de agora será diferente. Posso não ser mais a protagonista, mas gostaria de continuar merecendo a confiança dos autores e diretores. Sei que existem papéis bacanas para a minha idade - diz.
Regina Duarte volta à TV, em breve, na próxima novela das seis. Mas será apenas uma participação de um capítulo e meio em “Araguaia”. A atriz chegou a pedir ao autor, Walter Negrão, para ficar mais tempo na trama, mas não teve jeito: a morte de sua personagem é fundamental na história.
- Dediquei dois terços da minha vida ao trabalho. Poderia recompensar o tempo fazendo outras coisas. Mas ser atriz é o que eu sei fazer. E se alguém me propusesse fazer uma vilã eu ia adorar - afirma.
Atriz relembra momentos de sua carreira
- Não tinha telefone em casa, e o Avancini deixou um recado numa lojinha da minha cidade dizendo que queria falar comigo.
Quando ainda escrevia a sinopse de “Vale tudo”, o autor Gilberto Braga perguntou a Regina se ela gostaria de fazer a boa ou a má na novela. A atriz preferiu fazer a boa, a heroína Raquel:
- Não era uma boazinha qualquer. Ela era uma grande personagem. Se eu aceitasse ser vilã, acho que ele inverteria os papéis de mãe e filha - Isso mesmo, Maria de Fátima seria boazinha.
A novela “Legião dos esquecidos”, ainda na TV Excelsior, foi anunciada como a primeira parceria entre Regina e Francisco Cuoco na televisão. A foto que anunciava a trama, com os dois amarrados, era uma montagem.
- Cheguei em São Paulo, vinda de Manaus, e vi a foto espalhada pela cidade. Eu ainda não tinha estado com o Cuoco e fizeram uma montagem - lembra Regina, que ficou loura para a novela.
Não é verdade dizer que Regina Duarte nunca fez uma vilã numa novela. Em seu quinto trabalho na TV, em “Os fantoches” (1967), ela viveu um jovem e terrível vilã.
Sem receber na TV Excelsior, Regina foi para a Globo fazer “Véu de noiva”, a primeira novela das oito da emissora:
- Tinha acabado de casar e comprar um apartamento. Tinha credor na minha porta querendo a geladeira de volta.
Pouca gente sabe, mas o seriado “Malu mulher” chegou a ter quatro episódios gravados em que a Malu, personagem de Regina, tinha um perfil bem diferente. Ela era uma mulher suburbana, com um marido simples. Só depois ficou decidido que ela seria uma universitária, com melhor nível social.
As gravações de “Roque Santeiro” já tinham começado, mas ainda não estava decidido se a Viúva Porcina teria ou não sotaque. A atriz chegou a gravar algumas cenas sem, mas acabaram optando pelo carregado sotaque da viúva.
2 comentários:
Não sei porque a Globo esta esquecindo da Regina, mas eu acho ela uma ótima atris. Odeio o fato de ver a Susana Viera na TV o tempo tudo. Acho que ao igual que a Maitê Proença, a Regina esta mesmo na geladeira global. Ela precisa de voltar em uma grande historia do horário nobre.
Acredito que colhemos o que plantamos. Adoro a Regina Duarte, mas penso que ela está passando esse momento "difícil" na carreira, justamente pelas opções que fez no passado. Não sei se é verdade, mas a imprensa divulgou que ela usava ponto eletrônico para as gravações das duas últimas novelas que fez - o que denota falta de profissionalismo não estar com o texto decorado - sem falar que ela procurava sempre dar palpites relacionados as personagens, o que de certa forma constrange autores e diretores. Sem falar no estigma que ganhou ao se colocar contra o "deus" Lula. Tudo isso somado, pode ser a causa da falta de convites atualmente. Quem sabe, não seja uma lição que a vida pretende dar a esta que já foi a mais popular atriz da televisão brasileira, não é?
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