O Uruguai tinha tudo para estar de luto após o apito final desta terça-feira, a derrota para a Holanda e o adeus ao sonho do tricampeonato. O grito de campeão está entalado na garganta há 60 anos, e a eliminação deixou um sabor amargo para a Celeste. Mas engana-se quem pensa que Montevidéu viveu um dia de tristeza e frustração. Satisfeitos com a campanha, os uruguaios viram morrer o sonho de chegar à final da Copa do Mundo em estilo verde-amarelo: com muito samba e provocações aos brasileiros.
- Na próxima Copa, vai ter Maracanazo de novo. Vocês que se cuidem. Se chegamos bem assim sem nem acreditarmos que poderíamos, imagina agora que temos certeza de que somos capazes. Vamos ser campeões do mundo em 2014. Pode escrever isso - afirmou o advogado Guillermo Tabárez, com o mesmo sobrenome do técnico da Celeste, apostando que sua seleção vai repetir no Brasil o feito de 1950, quando derrotou os anfitriões no Maracanã lotado.
A alegria e a gratidão com o time foram compartilhadas por todos que estavam na Praça Independência, onde foi montado um telão para os torcedores assistirem à partida. Quando a derrota foi decretada na África do Sul, o que menos se via no local era lamentação. As palmas de 5 mil pessoas ecoaram e ganharam força com gritos de "sou Celeste" e "o sentimento não pode parar".
- Estamos muito felizes com o que os meninos conseguiram. Eles se esforçaram até o fim. Mostraram que são dignos de vestir o uniforme celeste. Todos aqui são muito gratos por eles reviverem essa emoção do futebol no Uruguai - disse o funcionário público Daniel Hernández.
A festa dos uruguaios se estendeu por toda a Avenida 18 de Julho, a principal de Montevidéu. Milhares de pessoas se juntaram para continuar cantando os gritos de guerra da seleção em outro tom. O samba surgiu na capital com instrumentos de percussão - um deles com a imagem do atacante Loco Abreu - e mulheres dançando - ou tentando dançar - o ritmo brasileiro.
- Adoro o Brasil, por isso quero que a nossa alegria tenha o samba. Assim como vai acontecer em 2014. Vamos sambar no Maracanã - alfinetou a bancária Paulita Fernández.
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