A Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo vai apurar o suposto vazamento de fotos verdadeiras de Mércia Nakashima morta, informou nesta segunda-feira (5) a Secretaria da Segurança Pública. Oito imagens do corpo da advogada estão sendo distribuídas em diversos sites na internet, o que incomodou a família da vítima. Em nota, o Instituto Médico-Legal (IML) negou que tenha divulgado o conteúdo. Além do IML, peritos do Instituto de Criminalística (IC) e policiais civis também investigam o assassinato e tiveram contato com o material. Até agora, ninguém se responsabilizou pela distribuição das imagens.
As fotos mostram Mércia nas margens da represa de Nazaré Paulista, no interior do estado, onde seu corpo foi encontrado em 11 de junho. Ela está sem cabelos, com o corpo inchado, vestida com blusa roxa, calça jeans e tênis – mesma roupa que usava quando desapareceu da casa dos avós em Guarulhos, no dia 23 de maio. Há também imagens da mulher em cima de uma mesa utilizada para realização de exames de necropsia.
“Esclarecemos que as fotos divulgadas na internet não são oficiais do Instituto Médico-Legal. O caso será encaminhado para a Corregedoria Geral da Polícia Civil”, informa a nota assinada pela Diretoria do IML.
As fotografias de Mércia fazem parte do trabalho dos peritos do IC e dos médicos legistas do IML para a elaboração de seus laudos técnicos. Ambos institutos são ligados à Polícia Técnico-Científica. Nas imagens, é possível ver o maxilar da vítima deslocado e uma marca de tiro no canto direito do queixo.
- São mesmo as fotos de Mércia. A família ficou bem chateada com a divulgação ilegal. Solicitamos e foram retiradas fotos verdadeiras de alguns sites. Pelo menos sete sites já divulgaram - afirmou o advogado da família Nakashima, Alexandre de Sá Domingues, nesta segunda.
Na sexta-feira (2), a reportagem havia publicado matéria mostrava que fotos falsas de Mércia também eram distribuídas na internet.
A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames que irão apontar a causa da morte da advogada e do que foi encontrado dentro do carro dela. O veículo havia sido localizado submerso em 10 de junho, na mesma represa onde o corpo da mulher foi achado.
Preliminarmente, a perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) trabalha com a hipótese de Mércia ter sido agredida dentro do seu carro quando estava na posição do motorista. Quem a machucou estaria no banco do carona. Em seguida, o agressor atirou nela e a advogada desmaiou. Depois, o criminoso teria empurrado o automóvel da vítima dentro da represa. Como ela não sabia nadar, o mais provável é que tenha morrida afogada.
O principal suspeito pelo crime é o ex-namorado de Mércia, o advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza. Ele nega o crime.
Um pescador afirmou à polícia ter visto o automóvel entrar na água no dia 23. A testemunha também contou ter visto um homem não identificado sair do veículo e ter escutado gritos de mulher.
Outros suspeitos
Além do ex-namorado da vítima, mais duas pessoas são apontadas como suspeitas de envolvimento na morte da advogada: um dos irmãos de Mizael e o vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, que teve a prisão decretada pela Justiça por faltar a um depoimento. Foragido, este último é procurado pela polícia.
Segundo a investigação, o rastreador do carro de Mizael mostrou que ele estava perto dos locais onde Mércia foi vista pela última vez (na casa dos avós em Guarulhos) em 23 de maio e dias antes passou pelo local onde a advogada foi encontrada morta (represa em Nazaré Paulista).
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