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sábado, 26 de junho de 2010

Caso Mércia - Justiça quebra sigilo do caso

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A Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo, suspendeu na sexta-feira (25) o segredo no caso Mércia Nakashima. O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano revogou o sigilo no processo e no inquérito policial que apuram o assassinato da advogada de 28 anos a pedido do Ministério Público.


O promotor Rodrigo Merli Antunes alegou que o caso já ganhou repercussão nacional e o segredo não poderia ser mais imposto à defesa dos suspeitos pelo crime. O ex-namorado da vítima, o advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza, de 40 anos, e o colega dele, o vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, são investigados por suposto envolvimento no homicídio.

Ainda na sexta, a pedido da Polícia Civil, o mesmo juiz decretou a prisão temporária do vigilante sob a argumentação de que ele não havia comparecido a um depoimento marcado para a tarde do mesmo dia no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista. O prazo da prisão é de 30 dias, prorrogáveis por mais um mês. A divisão de buscas e capturas procura o suspeito.

O promotor Rodrigo Antunes afirmou neste sábado (26) que também foi favorável à prisão de Silva por entender que o depoimento dele é imprescindível para o inquérito e que o fato de estar em local incerto atrapalha a investigação policial.

Investigação trabalha com a hipótese de advogada ter sido morta por mais de uma pessoa

Além disso, a família de Mércia entregou à polícia, na sexta, uma gravação de uma suposta tentativa de extorsão feita por um homem pelo telefone. Na ligação para os parentes da vítima, ele se identificou como ‘Evandro’ e pediu dinheiro para denunciar o assassino da advogada e descrever como foi o crime.

- Foi ele que empurrou o carro. Não teve mais ninguém. Ninguém subiu em cima do carro. Ele saiu do lado dela, soltou o freio de mão e empurrou o carro - diz a voz ao telefonema.

Testemunha

O DHPP suspeita que o telefonema tenha sido feito pelo vigilante Evandro Bezerra Silva. Ele trabalhava como segurança num posto de combustíveis em Guarulhos, mas fugiu após bombeiros encontrarem o corpo de Mércia em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, em 11 de junho. Um dia antes, o carro da advogada havia sido localizado submerso no mesmo local após a denúncia feita por um pescador.

A testemunha conta que viu um veículo afundar na represa no dia 23 de maio, data em que Mércia desapareceu após sair da casa dos avós em Guarulhos. Além disso, o pescador relatou à polícia ter visto um homem alto sair do automóvel e ouvidos gritos de mulher.

A investigação, no entanto, trabalha com a hipótese de a advogada ter sido morta por mais do que uma pessoa. Segundo a polícia, dados obtidos a partir do confronto entre celulares e rastreadores de carro, mostram que Silva se encontrou com Souza duas vezes no mesmo dia em que Mércia sumiu. Apontado como o principal suspeito pelo homicídio, ex-namorado da vítima nega o crime. Ele alega que estava com uma outra mulher não identificada na noite daquele domingo. Apesar disso, deverá ser chamado a depor pela quarta vez na próxima semana.

Até o início de julho, os institutos Médico Legal (IML) e de Criminalística (IC) devem concluir os laudos sobre a causa da morte da advogada e a análise dos objetos que estavam no interior do Honda Fit prata da vítima.

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