- A gente fez o disco em uma época em que a gente estava bem bravo com a vida - diz Lucas Silveira, vocalista e guitarrista da banda Fresno.
Ele fala de ‘Revanche’, novo álbum do grupo, que acabou de ser gravado e está previsto para ser lançado em julho, após a Copa do Mundo.
Esse é o quinto disco de estúdio do quarteto gaúcho, que comemora 10 anos de estrada em 2010. Para a nova fase, eles prometem um álbum “mais pesado” e até “sombrio”.
- A faixa-título fala sobre alguém que está se sentindo tolhido na vida”, explica Lucas. - Às vezes, para um cara mais novo, é a mãe dele que não está deixando ele fazer alguma coisa, para outro é o chefe. Isso gera uma inquietação que beira a revolta.
- Gostaria muito que o nosso público envelhecesse com a gente. [A gente quer] que o cara que está fazendo 20 anos agora, que viveu uma fase da adolescência com a Fresno, pense com o ‘Revanche’: ‘eles estão acompanhando a minha vida' - imagina o baixista Rodrigo Tavares.
A entrevista com a banda aconteceu no estúdio Midas, em São Paulo, onde o grupo gravou o álbum. O novo single, “Deixa o tempo”, que deve ser lançado em maio, tem elementos de eletrônica e um refrão típico do Fresno.
Já “Revanche” começa com um riff pesado de guitarra, que deve muito para artistas como Queens of the Stone Age. O peso barulho é intencional.
- A rádio está escondendo o riff de rock das pessoas - reclama Lucas. - Tu tem que disfarçar seu rock de sertanejo universitário para tocar no rádio - critica.
Back in black
A reação da banda foi se concentrar nos ganchos melódicos de guitarra que levam o público do rock pesado ao delírio.
- Um grande exemplo é ‘Back in black’ – sem querer comparar a gente com AC/DC. Quem sabe a letra de ‘Back in black’? Todo mundo conhece a música só por causa do riff - explica Tavares.
Reclamando das “versões acústicas” que por vezes têm que tocar nas rádios, eles deixam os violões de fora no novo álbum.
- O fã que quiser tocar essas músicas vai ter que procurar uma tablatura, vir perguntar para a gente. Sempre que alguém pergunta ‘como você toca isso?’ a gente fica uma hora respondendo, dá muito mais prazer do que um cara que pergunta ‘pra quem tu fez essa música’? - brinca Lucas, depositando esperanças na geração que cresceu com games como “Guitar hero”.
Eles dizem que não estão sozinhos, citando grupos como V.OW.E., colegas do selo Arsenal.
- A gente brinca de fazer um ‘tratado’ para colocar o riff de volta na jogada. Ninguém aqui é louco, não é algo mega conceitual, a gente só quer reacostumar os ouvidos das pessoas ao rock.
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