O presidente venezuelano, Hugo Chávez, aproveitou mais uma edição do seu programa dominical de TV, o "Alô Presidente", para saudar a "presidente Dilma" Rousseff.
- Vai ganhar. Já deve estar ganhando, como os bons cavalos. Arranca na frente e termina na frente. Poderia ganhar com 60%, como me disse Lula. As pesquisas dão 55% - disse o presidente.
O aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o império --ou seja, os EUA-- saem derrotados nas eleições brasileiras já que, em sua visão, Washington preferia o candidato tucano, Jose Serra.
Chavez saudou ainda a formação da dupla de "mulheres patriotas": Dilma e a argentina Cristina Kirchner. Voltou a dizer que será candidato presidencial em 2012 para continuar "o eixo estratégico Caracas, Brasilia e Buenos Aires".
No Consulado Geral do Brasil em Caracas, até pouco antes das 2h da tarde (hora local) 310 dos 958 eleitores inscritos já haviam votado _ainda há três horas de votação pela frente. No primeiro turno, mais da metade dos inscritos votaram e o vencedor foi Serra.
PRIMEIRA MULHER E ALTERNÂNCIA
Ciglia da Silva Alfonso, 38, há 20 anos na Venezuela, votou em Dilma Roussef.
- A gente sempre se perguntava: quando vamos ter uma presidente mulher? E esse dia chegou.
Funcionária de um banco privado, ela disse que seu voto era também um reconhecimento pelo "bom governo" do presidente Lula.
Já o odontólogo Ico de Paula, 36, escolheu Serra:
- Não é positivo tantos anos de um mesmo regime. É preciso alternância.
De Paula diz que, com Serra presidente, não haveria mudanças significativas na relação entre Brasília e Caracas.
- Há muitos interesses em jogo. A linha é determinada pelo Itamaraty, independentemente da personalidade dos presidentes.
Os anos Lula foram marcados pelo aprofundamento da aliança entre o Brasil e a Venezuela de Chávez --o país caribenho ainda espera sua aceitação plena no Mercosul.
Nos últimos oito anos, Lula ora fez as vezes de suposta influência moderadora sobre o venezuelano, eventualmente fazendo a ponte com os EUA, ora defendeu Chávez ante as críticas da imprensa ou da oposição brasileira.
Se confirmada, a vitória de Dilma prevista pelo Datafolha é uma boa notícia para os empresários brasileiros com negócios na terra de Chávez.
No socialismo bolivariano, faz diferença ser capitalista de um país amigo --espécie de quase "blindagem" ante expropriações.
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