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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cissa Guimarães dá entrevista à 'Veja'

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Cissa Guimarães surpreendeu a todos quando resolveu retomar o trabalho apenas duas semanas depois de perder o filho Rafael, de 18 anos, atropelado em um túnel fechado para veículos, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada junto com várias pessoas: terapeuta, advogado, sócia e aos filhos da atriz.

- Claro que eles perguntaram se eu não estava adiantando as coisas. Mas o trabalho dá sentido à minha vida - explicou ela em entrevista à revista “Veja”.

E é assim, apegando-se ao trabalho e aos amigos próximos, que Cissa encontrou forças para levantar da cama todos os dias.

- Talvez eu nunca volte a ser inteiramente feliz. Mas não estou em depressão. Eu abro os olhos, me sento na cama, rezo e, muitas vezes, choro. Daí, respiro e me levanto - desabafou.

Apesar de ser uma mulher de fibra, claro que a atriz tem passado momentos de dor intensa. Atualmente, ela faz análise e terapia pontual com uma médica oncologista com experiência em cuidar de pessoas à beira da morte e também dos familiares assim que esses pacientes se vão. Depois de ficar sem apetite e perder peso, a mãe resolveu contratar uma nutricionista.

A presença constante de amigos e familiares é, para a atriz, essencial.

- Ficar sozinha para mim, neste momento, não dá. As pessoas quando são operadas de uma coisa grave não têm um enfermeiro? Eu estou mais ou menos assim.

Cissa acredita que o fato de ser uma pessoa pública e ter perdido o filho caçula de maneira trágica tem um lado bom e outro ruim.

- Eu fiquei muito exposta, fui muito assediada - confessou à publicação. - Por outro lado, eu acho ótimo que o país inteiro saiba que um crime desses foi cometido. Vou usar todas as possibilidades que tenho, inclusive minha posição, para fazer com que a Justiça funcione.

A mesma mulher que encontra disposição para lutar por justiça também crê que o sofrimento seja capaz de trazer ensinamentos e crescimento pessoal.

- Se com a perda de um filho eu não me tornar uma pessoa melhor, o que é que estou fazendo aqui? - questionou.

Perguntada sobre seu estado de espírito, ela não tentou disfarçar a dor de uma perda tão grande.

- Eu estou sangrando. Talvez minha pulsão de vida não volte a ser como era antes, porque eu fui amputada. Mas vou melhorar - disse, esperançosa.

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