O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste domingo (16) que o Brasil financiará a exportação de 1 bilhão de euros de alimentos para o Irã em cinco anos. Em reunião, Lula e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, assinaram um memorando de entendimento que oficializa a ajuda e o presidente brasileiro destacou que a decisão facilitará os negócios entre os dois países.
- Não faz sentido que os negócios entre empresas iranianas e brasileiras dependam do crédito e da boa vontade de bancos estrangeiros - disse Lula no encerramento de um fórum empresarial na capital iraniana.
Um dos principais desafios dos exportadores brasileiros é justamente a obtenção de crédito para vender ao Irã, pois os grandes bancos privados que têm negócios nos Estados Unidos temem retaliações do governo norte-americano se facilitarem a venda de produtos ao Irã.
O sistema que o Brasil adotará para financiar a exportação para o Irã é Programa de Financiamento às Exportações (Proex), que busca proporcionar às empresas brasileiras condições de financiamento equivalentes às do mercado internacional
Lula chegou ao Irã na noite deste sábado (15) para fazer a mediação sobre o programa nuclear iraniano, apresentada pelas grandes potências como "a última chance" antes da nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país.
Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam Teerã de buscar a fabricação de armas nucleares e defendem a aplicação de uma quarta rodada de sanções contra o país pela ONU. O governo de Ahmadinejad nega ter tal intenção, e alega querer a energia nuclear para fins pacíficos.
Troca
As grandes potências propuseram ao Irã que enviasse 70% de seu urânio levemente enriquecido para transformá-lo em combustível altamente enriquecido que o país precisa para seu reator de pesquisas.
Invocando um problema de "confiança", o Irã rejeitou a proposta e disse que prefere uma troca simultânea ou por etapas em pequenas quantidades, feita em seu território, o que foi rejeitado pelas grandes potências.
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