O brasileiro Demian Maia é um dos melhores lutadores do UFC (Ultimate Fighting Championship). Desde 2007 na organização, já soma seis vitórias em oito lutas. Em quatro delas foi premiado por ter conseguido a “melhor finalização da noite”. As boas apresentações o levaram até a disputa do cinturão da categoria peso médio no maior evento já realizado no vale-tudo, o UFC 112, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Apesar de todas as vitórias que já conseguiu na carreira, foi a derrota na disputa do título que colocou o paulista em destaque na mídia do mundo inteiro. Não pelo resultado, mas pela forma que o adversário, o campeão Anderson Silva, encontrou para vencê-lo. Foram gritos, provocações, e até xingamentos dirigidos a Demian, que conseguiu levar a batalha até o final do quinto round, obrigando os juízes a definirem o vencedor.
A caminho do aeroporto de Guarulhos para embarcar para a Finlândia, onde dará um seminário sobre jiu-jitsu, Demian contou ao R7 que tinha Anderson como um de seus ídolos no mundo do vale-tudo, mas deixou de admirá-lo depois da luta. Mais: uma vitória sobre o compatriota virou um de seus maiores objetivos na carreira.
- Quero uma revanche. Quero melhorar em muitas coisas, e uma vitória sobre ele virou um grande objetivo para mim. Anderson é um excelente atleta, eu tinha uma grande admiração por ele, era um dos meus ídolos. Mas agora não quero nem ficar no mesmo lugar que ele. Acho que ele não se encaixa como um ídolo de verdade.
O respeito como lutador, porém, permanece. Aliás, Demian tem uma explicação sobre o motivo de Anderson não ter partido para o ataque para tentar o nocaute.
- Quanto mais você ganha, mais medo tem da derrota. Ele foi bem conservador, sentiu alguns golpes meus e ficou receoso. Todo grande campeão passa por essa tensão de ter muita gente querendo ganhar de você. Quando eu comecei a ganhar muito no jiu-jitsu também fiquei com medo da derrota porque a pressão passou a ser muito grande. Subir lá e lutar é muito difícil, e eu respeito muito todos os lutadores que fazem isso.
Apesar de ter cinco títulos mundiais de jiu-jitsu, Demian, hoje com 32 anos, só começou a praticar a modalidade aos 19. Mais novo, praticou judô, caratê e kung-fu. O interesse pelo vale-tudo vem da infância, quando teve a oportunidade de assistir ao vivo a algumas lutas. Tinha muita vontade de brigar, mas não na rua. Queria enfrentar pessoas que praticassem artes marciais. E resolveu testar suas habilidades.
O lado financeiro também é um atrativo. Apesar das palestras e seminários que ministra em diversos países e da academia que tem em São Paulo, Demian afirma que o dinheiro que ganha no UFC compensa o esforço. Fixar residência fora do Brasil para ficar mais perto dos patrocinadores, porém, ainda não é uma possibilidade.
- Vou ficar em San Diego até agosto, porque eu sempre quis ter a experiência de morar fora. Mas tento ficar o máximo de tempo no Brasil porque nada paga o prazer de ficar no seu país, com as pessoas que você gosta.
A carreira de jornalista ficou para trás. Formado em 2001 pela Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo, o lutador nunca atuou na área por falta de tempo, que sempre foi dedicado quase integralmente às artes marciais.
Os frutos ele colhe hoje em dia. Apesar de não ter certeza, Demian acha que ainda tem mais três lutas no contrato com o UFC. Mas adianta que isso não é garantia de que fará os combates, e explica que não foi avisado da data do próximo duelo.
- Os contratos no UFC geralmente são de quatro a seis lutas. Ainda não sei quando será minha próxima luta. Acho que ainda tenho três, mas não tenho certeza, não olho muito contrato. O contrato também não vale pra muita coisa, porque eles podem encerrar quando quiserem.
Enquanto isso, o paulista fica na expectativa de uma nova oportunidade para conquistar o cinturão na categoria peso médio, de preferência sobre Anderson Silva, o atual campeão.
0 comentários:
Postar um comentário