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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rio depois da chuva

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O prefeito tenta por ordem no caos

O governo do estado do Rio está tentando reverter o caos que se instalou na cidade após as chuvas da semana passada. Em medidas urgentes e específicas para a situação que parou o estado, o poder público decidiu que vai cancelar as multas aplicadas aos carros na semana passada, demolir as casas que se encontram em situação de risco e ainda pede que a população doe sangue.
A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou hoje (12) que todas as multas de trânsito aplicadas por guardas municipais ou pelos radares da cidade entre segunda-feira (5) e sexta-feira (9), em qualquer situação, serão apagadas do sistema e canceladas. A determinação veio do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que considerou que a capital fluminense enfrentou um cenário atípico com as chuvas.

- "Alguns agentes de trânsito sem bom senso multaram na enchente. Todas as multas de segunda a sexta serão canceladas" - afirmou ele em seu microblog no Twitter.

Segundo a Prefeitura, os motoristas não serão nem notificados das infrações e por isso não vai haver necessidade de recorrer.


Operários iniciando a demolição das casas em risco.


Demolição das casas condenadas

Mais uma casa é posta abaixo.

A remoção de moradores de áreas de risco no Rio de Janeiro teve início hoje (12). O trabalho começou no morro do Urubu, em Pilares, na zona norte da cidade, onde inicialmente foram usadas picaretas para demolir as casas e, depois, retroescavadeiras. Um caminhão da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) ajuda na mudança dos moradores. Três pontos foram afetados pelo temporal no Complexo dos Urubus. Em um deles, no topo da vila dos Mineiros, três casas vieram abaixo. Não houve feridos nem mortos na comunidade. Duas creches estão interditadas, por medida de segurança. O Parque Colúmbia, também na zona norte, será monitorado a partir desta tarde, mas ainda não há estimativa de quantas pessoas serão atendidas na comunidade.
Segundo o subprefeito André Santos, que monitora a zona norte da cidade, 250 famílias serão realocadas no Complexo do Urubu. A prefeitura está encaminhando os moradores para o Clube Centro Comercial e Indústria de Pilares, onde há 30 famílias abrigadas. O restante está em casas de amigos e parentes. De acordo com Santos, até o final da semana o cheque do aluguel social estará disponível, no valor de R$ 400 mensais. A previsão é que o auxílio seja pago por um período de três meses a um ano. Depois os moradores serão realocados nos apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, em Realengo, na zona norte do Rio.
Algumas casas estão cheias de água, que desce dos barrancos. Jorge Barros, morador do Morro do Urubu, mostrou o quintal alagado onde fez uma obra de contenção que custou R$ 5 mil.
As residências foram construídas em terrenos sobre lençóis freáticos e há muitas nascentes nos morros, contaram moradores. Outros relataram a dificuldade para conseguir alugar uma casa na região, pois além do aumento do preço por causa da procura, há o preconceito com os moradores da favela.

- “A prefeitura disse que vai dar ajuda para a gente, mas ainda não deu. Nós não temos aonde ir nem botar as nossas coisas. Eu fui procurar casas ali embaixo e ninguém quer alugar porque pensa que a gente não tem condições de pagar e não acredita na promessa do governo” - criticou Sandra Maria, que mora na comunidade há mais de 50 anos.

O presidente da Associação de Moradores, Edson Baiga, disse que o valor do aluguel na região subiu de R$ 250 para R$ 600. Ele também destacou que os trechos interditados abrangem uma região atendida pelo Projeto Favela-Bairro, em 1998.

- “Essa parte afetada foi atendida pelo Favela-Bairro em 1998, no governo [Luiz Paulo Conde], é uma obra nova e nunca teve manutenção. Isso é um desperdício do dinheiro público, está tudo deteriorado, fizeram um pseudo saneamento e hoje a água está descendo e tem esgoto em todo lado” - criticou Baiga.



Por fim, A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro voltou a pedir nesta segunda-feira (12) que a população doe sangue. O estoque de sangue do Hemorio, que abastece cerca de 180 hospitais do Estado e as unidades de saúde da cidade, está muito baixo. A situação foi agravada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro e provocaram centenas de feridos.
A doação pode ser feita a qualquer hora, em qualquer um dos dez centros espalhados pela cidade. Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, estar em boas condições de saúde, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas e não fazer parte do grupo de risco de doenças sexualmente transmissíveis e usuários de drogas.
As mulheres podem realizar três doações por ano, com intervalos de pelo menos 3 meses, e os homens, 4 doações com intervalo de pelo menos dois meses.
Segundo a secretaria, o volume doado (cerca de 450 ml) não traz risco para o doador e o procedimento dura cerca de meia hora. O material utilizado no recolhimento do sangue é descartável.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), menos de 2% da população doa sangue regularmente. Para que as demandas de transfusões de sangue possam ser atendidas é necessário que 4% de toda a população participe.

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