O governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (20) que o Bradesco arrematou o Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj) e poderá operar por três anos, a partir de 2012, a folha de pagamento dos servidores ativos e inativos do Governo do Estado. Ao todo, o Bradesco vai pagar por R$ 1,8 bilhão.
O leilão foi realizado nesta sexta-feira e o lance mínimo era de R$ 513 milhões, mas, somando-se a quantia de R$ 374 milhões para a folha de pagamentos, o valor mínimo era R$ 887 milhões. Segundo o governo do estado, levando-se em consideração os imóveis e o acervo cultural que ficam com o Estado, o valor total do banco supera a quantia de R$ 1 bilhão.
O Bradesco ofereceu R$ 1,025 bilhão pelo banco. Outros três bancos participaram do leilão e deram os seguintes lances, segundo o governo do Rio: Santander, R$ 651.000.000,01; Itáu, R$ 590.022.289,93; e Banco do Brasil – R$ 729.375.000,00.
O total de R$ 1,8 bilhão que o Bradesco irá desembolsar inclui, além do preço do Berj, a folha de pagamentos do Estado e outras despesas da operação. Com o arremate, o Bradesco recebe um crédito fiscal de R$ 3 bilhões.
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, o ágio de quase 100% (99,8%) sobre o valor mínimo ultrapassou todas as expectativas.
- É uma grande vitória para o Estado. É uma demonstração de confiança no Estado do Rio de Janeiro, porque quatro grandes bancos brasileiros disputaram um banco em liquidação e a folha de pagamentos do Estado do Rio de Janeiro. Foi uma disputa acirrada, o Bradesco ganhou. O resultado deste leilão importa com o preço da folha de pagamentos, que chega a quase R$ 1,9 bilhão - disse, em comunicado divulgado pelo governo do Estado.
Procurado, o Bradesco confirmou a compra mas ainda não deu detalhes sobre a aquisição.
A assinatura do contrato deve ocorrer em cinco dias. Na ocasião, está previsto o pagamento de 20% do valor total da compra do Berj mais a folha de pagamento dos servidores. Segundo o governo do Rio, a segunda parcela deverá ser paga daqui a 150 dias.
O Berj é a parte que restou do Banerj que não foi vendida ao Itaú e foi posta em liquidação pelo Banco Central em 1996 e que no início desta década voltou para o governo do Estado do Rio
Segundo o governo do Rio, foram excluídos da venda o “Banerjão” – edifício no Centro da cidade que foi sede do banco –, avaliado em R$ 86 milhões, e um terreno na Avenida Paulista, comprado nos anos 70, que vale R$ 60 milhões. O governo também prevê a manutenção do acervo cultural do Berj, estimado em R$ 11 milhões, que inclui obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Anita Malfati.
Aos atuais acionistas minoritários do Berj será pago o valor dos imóveis desapropriados na proporção de sua participação no capital social.
A folha de pagamento dos servidores ativos, inativos e pensionistas do governo do Estado do Rio reúne cerca de 430 mil contas.
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