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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mãe de Joanna apela para achar babá que relatou tortura à menina Joanna

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A médica Cristiane Cardoso Marcenal, mãe da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos , que morreu no mês passado, disse ter ficado "com uma revolta insuportável" ao ler o depoimento de uma babá que cuidou de sua filha publicado pelo jornal O GLOBO desta terça-feira . Ela comparou a descrição a de um campo de concentração nazista. A mulher, contratada pelo pai da menina, o técnico judiciário André Rodrigues, afirmou ter encontrado a criança no canto de um quarto, "deitada no chão, amarrada numa fita-crepe nos pés e nas mãos e toda suja de xixi e cocô (sic)". A mãe fez um apelo para que pessoas ajudem a encontrar uma segunda babá, identificada apenas como Vânia, que é moradora de Campo Grande. Segundo ela, essa mulher pode ajudar a precisar quando a menina começou a ser torturada. Na tarde desta terça, a médica deu uma entrevista coletiva na Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio, no Centro.

- Não consigo imaginar o que ela passou dentro daquela casa. A minha filha foi vítima de tortura - disse Cristiane, que chorou muito durante a entrevista.

Na manhã desta terça-feira, a médica e seu marido, Ricardo Ferraz, foram à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), na Lapa, ler o depoimento da babá. Cristiane disse que conhece bem a casa do pai de Joanna, e que o local onde a garota ficava, segundo a babá, é no segundo andar. De acordo com a mãe, visitas não encontrariam e nem escutariam pedidos de socorro da criança.

A médica também apresentou registro de ocorrência e laudo de 2007 do IML, que comprovava que a menina já tinha sido agredida anteriormente. Esse processo foi arquivado no mesmo ano. O defensor público Antonio Carlos Oliveira afirmou que Cristiane estuda entrar com uma representação administrativa contra a juíza e as psicólogas que determinaram que ela era incapaz como mãe e que a menina fosse afastada do seu convívio por 90 dias.

O defensor público afirmou que o fato de a menina ter morrido de meningite causado pelo vírus da herpes, como apontou laudo do IML , não exclui a responsabilização do pai. Já Cristiane diz que a doença comprova os maus tratos e o estado de fragilidade da criança.

Joanna passou quase um mês em coma, internada em uma clínica em Botafogo, após sofrer convulsões e ter sido atendida, no hospital Rio Mar, na Barra da Tijuca, pelo falso médico Alex Sandro da Silva Cunha, um estudante de Medicina que liberou Joanna embora ela estivesse desacordada. Antonio Carlos Oliveira disse que a intenção é que Alex seja julgado por homicídio. Mas ele enfatizou que o atendimento inadequado também não foi o fator que provocou a morte da menina.

Ao dar entrada na UTI, Joanna tinha hematomas nas pernas e sinais de queimaduras nas nádegas - o que levou a polícia a investigar maus-tratos.

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