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terça-feira, 14 de junho de 2011

'Insensato Coração' pode ter primeira cena de beijo e sexo gay masculino

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Gilberto Braga e Ricardo Linhares, autores da novela "Insensato Coração", escreveram uma das das mais aguardadas cenas da televisão brasileira – o primeiro beijo e a primeira cena de sexo gay da TV aberta. Prevista para ir ao ar na última semana de junho (não por coincidência a mesma da Parada Gay de SP), a cena do beijo vai envolver os personagens de Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo).

A sequência começa mostrando Eduardo saindo para o clube Barão da Gamboa com Hugo. Lá, ele começa a beber muito e pede ao amigo para levá-lo para casa. Chegando ao local, eles se beijam e trocam carinhos. Nervoso, Eduardo não aceita seguir em frente por ainda estar incerto sobre seu real desejo.

Alguns dias se passam e Eduardo reencontra o professor na rua e, totalmente sóbrio, eles vão para o motel. Os autores afirmam que o momento será “maravilhoso” para ambos. Se aprovada pela emissora, a cena de sexo será transmitida no dia 6 de julho.

Quanto ao beijo escrito pelos autores, a TV Globo irá definir se irá ou não ao ar. O mais provável é que
haja apenas uma insinuação de beijo, mas Gilberto Braga declarou que “gostaria imensamente que, até o fim da novela, este tabu fosse quebrado dentro da emissora mais poderosa do Brasil”. A gente também torce!

Leia os diálogos das cenas na íntegra:

capítulo 143 / 1 de julho


CENA 19/ BARÃO DA GAMBOA/ ENTRADA/ INTERIOR/ NOITE.


Hugo e Eduardo diante do caixa.


Eduardo — Hoje é por minha conta, Hugo. Você pagou aquele jantar, se lembra?


Hugo — Eu juro pra você que a próxima é sua, mas hoje eu tenho um motivo pra pagar.


A moça do caixa passa o cartão de Hugo na máquina; ele tecla a senha; ela vai entregar o boleto a Hugo.


Hugo — Você é meu convidado, Edu, hoje é meu aniversário.


Eduardo — Nem pra me dizer, poxa!...


Hugo — (brinca, charmoso) Eu sou tímido. (vê o boleto e reage) Eu ganhei um brinde!


Moça — É uma entrada grátis, uma premiação pelo seu aniversário. Parabéns!...


Hugo — Beleza, obrigado!...


Os dois se afastam. Ficam à parte do movimento.


Eduardo — Legal querer passar o seu aniversário comigo, a gente se conhece há tão pouco tempo. (leve) Se você tivesse falado, eu tinha comprado um presente.


Hugo — Presente você já tá me dando, a noite tá ótima. Agora, se quiser estender, aí, sim, eu vou ficar muito feliz.


Eduardo sorri. Eles saem. Corta para:


capítulo 150 / 4 de julho


CENA 20/ RIO DE JANEIRO/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ DIA.


Planos gerais da manhã do dia seguinte. Corta para:


CENA 21/ MOTEL/ QUARTO/ INTERIOR/ DIA.


Eduardo acorda, na cama. Hugo, já se vestindo.


Hugo — Bom dia... Fiquei com pena de te acordar. Tava dormindo tão bonitinho.


Eduardo — (se assusta) Que horas são?


Eduardo procura o relógio, olha a hora.


Eduardo — (se assusta) Já é de manhã!


Hugo — Cê tem compromisso cedo no trabalho?


Eduardo sai da cama e começa a se vestir.


Eduardo — Não, mas eu passei a noite fora, sem avisar em casa, a minha mãe vai ficar uma fera e vai me encher de pergunta!


Hugo — (impaciente) Você não tá meio grandinho pra isso, não?


Edu se veste apressado. Hugo, chateado. Corta para:


CENA 11/ MOTEL/ QUARTO/ INTERIOR/ NOITE.


Sonoplastia: som de chuveiro. Eduardo vem do banheiro, de toalha enrolada na cintura. Está encantado, feliz, aéreo. Começa a se vestir. CAM não mostra nudez. Ele veste a calça e põe a camisa do avesso. Sonoplastia: fim do som do chuveiro. Hugo vem do chuveiro, toalha enrolada na cintura, vê Eduardo se


vestindo.


Hugo — Mas já?


Eduardo — (leve) Cara, a gente tá aqui há mais de três horas!...


Hugo — (brinca) Deixa eu descansar dez minutinhos e a gente fica mais três.


Eduardo — (ri) Não posso, vou dizer o quê pra minha mãe? Ela fica me enchendo de perguntas se eu chego tarde em casa.


Hugo murcha com o que Eduardo diz, mas disfarça.


Hugo — (começa a se vestir) Eu te levo.


Eduardo — Deixa, eu pego um táxi.


Hugo — (saca que Eduardo não quer ser visto com ele) Você que sabe. (t) A sua camisa tá do avesso.


Eduardo — (se toca, brinca) Eu tô do avesso.


Carinho entre eles.

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